TERRORISMO. Estado Islâmico já tenta intimidar portugueses. Estamos preparados?
Mensagem divulgada pelo ISIS diz: “Hoje Bruxelas e o seu aeroporto, e amanhã pode ser Portugal e a Hungria.”
Em qualquer lugar do mundo cidadãos de qualquer nação pode ser vítima do terrorismo. Nos atentados na França e Bruxelas brasileiros foram também feridos, além de pessoas de diversos países. No atentado em Burkina Faso um português morreu.
Durante os últimos dias em Portugal algumas pessoas, com medo, têm culpado as autoridades portuguesas por supostamente “levar” para o país a ameaça terrorista.
Respondendo a uma questão sobre isso o Ministro português Azevedo Lopes oferece-nos uma oportunidade de entender a visão das autoridades portuguesas sobre o assunto. O ministro acha que fazer parte da União Européia implica em não se omitir diante do que considera uma ameaça que paira sobre todos.
O reforço da presença de contingentes militares no Mali e na República Centro-Africana aumentou o risco de ameaça terrorista a Portugal?
Azevedo Lopes : “Como qualquer outro país europeu, Portugal pode ser um alvo para o Daesh. Admito que a relação com a nossa presença no Mali e na RCA possa parecer torturada, mas é facilmente explicável à luz do que é a defesa no século XXI, que se faz através de sistemas e redes de alianças de que Portugal é participante antigo, na NATO, na ONU e na União Europeia. Podemos ter uma atitude, que é fingir que não existimos e se ninguém falar de nós pode ser que a tempestade passe por cima.
Ou podemos ter a atitude de não esperar que os outros acorram a proteger-nos se não dermos nada em contrapartida. É uma questão de dimensão de política externa. Esse argumento não era atendível pela circunstância de Portugal já ter participado com êxito no Líbano, Afeganistão, Kosovo. Só a brincar se podem comparar os riscos da RCA com o Afeganistão, agora é substancialmente inferior. Mas temos de perceber se queremos Forças Armadas ou uma espécie de Erasmus para militares. As FA nunca se arredaram de situações que pudessem envolver riscos e tiveram sempre um comportamento exemplar.”
Para a Revista Sociedade Militar o terrorismo é uma ameaça GLOBAL e um país não pode se sentir intimidado e deixar de fazer o que é certo para ajudar no combate de mais essa patologia social. A ameaça é global e não se pode entrar tardiamente na guerra, sob pena de se pagar caro por isso.
A coisa é simples de entender, nós já estamos nesse guerra, como sujeito passivo ou ativo, o que cabe-nos decidir é isso. Em um mundo globalizado ajudar nesse combate significa zelar pela segurança de compatriotas que podem ser atingidos em qualquer lugar do planeta. Como foi colocado no início do texto, já temos diversos compatriotas alcançados pelo terrorismo.
O Brasil já participa com o envio de navios da marinha e tropas de forças especiais da força de Paz no Líbano. No país e áreas adjacentes há membros do ISIS. Se algum terrorista resolver fazer uma ameaça dirigida ao Brasil pelos canais usados pelo ISIS deixaremos então de participar? Recuaremos? Precisamos pensar sobre isso.
Revista Sociedade Militar