É notório que nesse mundo, cada vez mais carente de recursos naturais, entre eles a água, os países privilegiados nesse sentido tem que proporcionar à sociedade segurança de que não seremos usurpados em futuro próximo.
DEFESA ANTIACESSO
Revista Sociedade Militar
Ao elaborar esta matéria hipotética, valho-me de dados contidos em estudos do General de Brigada R/1 Luiz Eduardo Rocha Paiva, professor emérito e ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, ardente defensor da “estratégia de defesa antiacesso”.
Eis que a comunidade internacional, alarmada com a falta de previsão e descaso com que o País trata o problema de abastecimento d’água (justo o Brasil, a parte do mundo melhor aquinhoada, com a maior quantidade em recursos hídricos), resolve se garantir de molde a que não falte o precioso líquido para o abastecimento do primeiro mundo, por absoluta incompetência dos naturais daquele subcontinente.
As potencias militares são instadas a solucionar este desafio à estabilidade internacional, ao que se somam os pertinentes às seguranças energética e ambiental, fato que cai como uma luva para o atendimento aos seus objetivos nacionais permanentes, qual seja o de manutenção do status de seu poder mundial.
O Brasil, entretanto, surpreendentemente, após tantos alertas dados pela “intelligentzia” (estudiosos militares da ativa, da reserva e, também, civis) nacional, partidária do princípio de que “defesa não se improvisa”, ainda que não dispondo de poder de dissuasão nuclear, havia se debruçado com grande profundidade no planejamento e preparo da única estratégia capaz de, sem dispor a curto prazo de artefatos domésticos nucleares, se contrapor, com possiblidade de êxito, a uma ameaça deste nível.
A Estratégia Nacional de Defesa havia determinado a elaboração de projetos unificados de reequipamento e articulação. Em suma, um Projeto Conjunto de Forças tinha sido traduzido num Sistema Único de Defesa Antiacesso. Esse sistema, interagindo com o Sistema Brasileiro de Inteligência, composto por subsistemas integrados de vigilância, havia sido estabelecido de forma a se dispor de: satélite brasileiro; defesa antiaérea; mísseis de longo alcance, com plataformas móveis terrestres, navais e aéreas tripuladas e não tripuladas seria acionado, de forma a, só em última instância, serem empregadas as forças terrestres móveis para engajar o inimigo que acessasse os limites nacionais.
O inimigo desloca pelo Mar do Caribe uma armada de porte, onde não faltam porta-aviões e submarinos nucleares, bem escoltados por fragatas e corvetas, uma grande parafernália de meios aeronavais no rumo da foz do Amazonas. Nosso propósito será neutralizar ou desgastar esta pletora de armaria ainda longe do litoral.
O Sistema de Defesa Antiacesso seria posto à prova numa situação real, em cumprimento da missão constitucional mais importante das FFAA, qual seja a de defender a Pátria de inimigos externos. Hoje, agora, o estabelecimento deste sistema de grande potencial dissuasório está ainda apenas no estágio das conjecturas! Por quê?
Sabe-se que o EB, em setembro de 2013, testou com êxito o MTC (míssil tático de cruzeiro) 300, com alcance de 300 Km. Tudo muito bonito, só que “fica muito forte” engolir este tipo de assertiva: -“ A arma está no limite Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (o MTCR), do qual o Brasil é signatário. O acordo restringe o raio de ação máximo a 300 Km e às ogivas de 500 Kg (BRINCADEIRA! Quem referendou este crime de lesa pátria?).
O MTC300 está dentro da distância fixada (Alerta! Só se foi a fixada pelo inimigo que tem condições de nos ameaçar, e que não são os “cucarachos da Periferia do Ó”) e atua com folga no peso (fonte ESTADÃO de 19/10/2013) ”.
Brasileiros! Ou o País se dá ao respeito e denuncia estas mordaças humilhantes ou vamos continuar sendo olhados como “a coisa nenhuma”em termos militares.
Não podemos raciocinar em bater o oponente tão somente quando ele estiver sulcando o mar de água doce gerado pelo Amazonas nas águas do Caribe. Devemos, sim, castiga-lo tão logo tenha largado ferros das bases na Flórida e do restolho insular colonial franco britânico. Por Deus! Quem não pensa assim já perdeu a guerra antes de entrar em combate.Será que nossas vitórias, a partir de agora, vão ficar limitadas apenas à ocupação de favelas? Que lástima!
O que pensa o Ministro da Defesa? E o seu alto comando?
Paulo Ricardo da Rocha Paiva – Coronel de infantaria e Estado-Maior
Em Revista Sociedade Militar.
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