Mais de 2.8 mil militares presos na TURQUIA
Mais de 260 pessoas morreram nos confrontos e o governo turco anunciou a prisão de 2839 soldados e oficiais acusados de envolvimento na tentativa de golpe de estado.
Os militares turcos, ao empreender a tentativa de assumir o controle do país, haviam declarado que “o poder político perdeu a sua legitimidade e foi derrubado e (os seus responsáveis) serão processados”.
O presidente turco, Recep Erdogan, acusou um clérigo no exílio de ter fomentado a conspiração. 2.7 mil magistrados foram suspensos acusados de ligações ao clérigo, Fetullah Gulen.
Gulen que reside no estado americano da Pensilvânia negou qualquer envolvimento com os militares que participaram da insurreição. considerariam se o governo turco apresentasse provas concretas do seu envolvimento.
O presidente americano, Barack Obama e o secretário de estado John Kerry, emitiram uma dnota apelando a todas as partes na Turquia que apoiem o governo democraticamente eleito do país.
Militares que se interessam há algum tempo pela situação de seus congêneres na Turquia já observaram que cargos expressivos nas Forças Armadas do país aos poucos passam às mãos de oficiais ligados ao partido islâmico-conservador do presidente Erdogan, que está no controle do país desde 2003, primeiro como Premier e agora como presidente.
Ha informações que indicam que muitos oficiais da força aérea ha tempo andam indignados com Endogan pelo fato de em passado recente ter sido obrigados a bombardear concidadãos no sudeste da Turquia.
A tentativa frustada foi uma jogada empreendida por alas insatisfeitas e “laicistas” das forças armadas.
Uma empreitada dessa monta certamente conta com o apoio, pelo menos declarado, de forças de segurança auxiliares, lideranças civis e parcela da sociedade. Contudo, os apelos do presidente para que a população fosse para as ruas “defender a legalidade” fizeram com que a quartelada fosse barrada. Muitos militares graduados e jovens oficiais de baixa patente, como seria de se esperar, se recusaram a – literalmente – esmagar seus compatriotas que chegaram a se deitar na frente dos tanques acreditando que defendiam a democracia.
Outra coisa, estamos no séc.XXI e seria muita (mas muita mesmo) inocência acreditar que uma ação armada dessa envergadura pudesse ocorrer sem que se percebesse. Portanto, especulando, parece mais que o troço todo foi uma armadilha para enxugar as forças armadas de graduados e oficialidade desapegada dos princípios religiosos-políticos do presidente.
Depois de todo esse conflito é inegável que o presidente turco sai ainda mais fortalecido da crise.
Revista Sociedade Militar