Emitindo minhas opiniões, com todas as honras e sinais de respeito, como cidadão brasileiro e oficial reformado do exército sou de parecer que: deve se ponderar o gasto que deve ter primazia em termos de aeronaves; para nossas necessidades prementes, aviões de caça devem ser priorizados para a FAB e para a Força Aeronaval; helicópteros se fazem necessários para o EB, particularmente na (ainda nossa?) Amazônia; a FAB, pelo menos, está comprando material que, se espera, venha a ser fabricado no BRASIL com transferência total de tecnologia, diferentemente do EB, que persiste no arremate de “ferro velho”, em prejuízo dos protótipos de blindados que eram fabricados no País, estes que, se encomendados pela Força Terrestre, desde 1980, já poderiam estar aperfeiçoados nas suas versões mais atualizadas “III” ou “IV”; comprando um porta helicópteros, a MB jogou dinheiro fora pela escotilha, seu caça foi mal escolhido, outra aquisição perdulária, tempo perdido.”
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A Marinha está fragilizada, o país inseguro, mas há solução para decolar mais cedo do que se pensa. Não, não vamos raciocinar com os “GRIPEN” ainda, quanto mais os de versão naval. A FAB, por enquanto, ainda nem recebeu os dela, mas, quando receber, pode disponibilizar os F5, “muito bem modernizados”, da noite para o dia.
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A Marinha está fragilizada, o país inseguro, mas há solução para decolar mais cedo do que se pensa. Não, não vamos raciocinar com os “GRIPEN” ainda, quanto mais os de versão naval. A FAB, por enquanto, ainda nem recebeu os dela, mas, quando receber, pode disponibilizar os F5, “muito bem modernizados”, da noite para o dia.
O alto comando naval, com todas as honras e sinais de respeito, não sabe ou não quer saber, mas existem em torno de “57” deles para aproveitamento em “3” bases aeronavais: em São Pedro d’Aldeia/RJ (para proteção da bacia de Campos), outra em Belém/PA (para proteção da foz do Amazonas) e mais uma em Santos/SP (para proteção da bacia de Santos). Vejam que, simplesmente, se dobra, com folga, o total de caças da força aeronaval, os “57” F5 que podem ser distribuídos pelas três sedes, todas em cidades de grande porte. A Força Naval e a FAB precisam se imbuir do seu papel fundamental como “sentinelas avançadas do País” e que o EB só será empregado se as duas Forças irmão não lograrem dissuadir os oponentes ainda em alto mar. Que não se duvide, ao País não interessa projetar poder no além mar, como a “gangue da OTAN” ou como os “bandidos do Oriente”, mas deve, sim, preocupar-se tão somente em dispor de marinha e força aérea que se façam respeitadas e, por que não, temidas no Atlântico Sul pelos “grandes bucaneiros navais”
MAS a MB não precisa se desfazer dos seus antigos caças, posto que, ao que consta, estes estão sendo modernizados. Mas são muito poucos, apenas “24”, aeronaves que poderiam se somar aos F 5, na medida em que estes forem sendo substituídos, na FAB, pelos GRIPEN. Isto, pelo menos, até que a versão naval do caça sueco passe a ser incorporada pela Força Aeronaval, uma perspectiva muito mais do que remota, diga-se de passagem. Basta um acerto com nossa Força Aérea e tudo ficaria resolvido dentro dos conformes, sem mais delongas e com uma baita economia. Almirantes! Com todas as honras e sinais de respeito, mas, a esta altura dos acontecimentos é pegar o largar! Ah! Mas e os porta aviões?
Meu Deus do céu! Nosso Almirante Tamandaré deve estar pensando, ressabiado com a falta de presença de espírito e do senso de oportunidade! Afinal de contas, a Força Aeronaval pode muito bem cumprir sua missão característica, mesmo sem dispor de aeródromos, decolando de bases aeronavais no litoral/costa.
Alguém, por um acaso, já visualizou uma “divisão do trabalho”? Alguém já pensou que a FAB, nos estados do Pará, do Rio de Janeiro e de São Paulo, poderia deixar as missões, a partir da costa/litoral, inteiramente a cargo da MB?
Que se diga, a Força Aérea vai dispor inicialmente de apenas “36” GRIPEN. Sua missão seria bem mais facilitada, máxime na distribuição dessas aeronaves, se a Força Aeronaval, já de posse dos “F5”, facilitasse/diminuisse sua responsabilidade/amplitude de cobertura/proteção, pelo menos, no mar territorial defrontante dessas três unidades da federação. Aí está um senhor estudo/trabalho de estado-maior para o alto comando, naval e aéreo, se debruçar a quatro mãos. Aliás, também vale à pena indagar, qual a perspectiva quanto a operações de desembarques anfíbios pelos nossos fuzileiros navais? No Oriente Médio? Em ilhas do Oceano Pacífico? Não seria um de um protagonismo bem mais significativo, para o nosso aguerrido CFN, a sua presença mais efetiva na Amazônia, com seus navios de desembarque e transporte?
E agora, no que concerne ao EB, esperar que nossos mais do que prováveis poderosos oponentes aguardem a entrega da viatura blindada de transporte de pessoal/VBTP, de número “2044”, nos próximos vinte anos, como prevê o projeto é, com certeza, “acreditar em Papai Noel”! Que não se duvide, precisamos de imediato, para ontem, muito antes das VBTP, tão somente de “225” viaturas plataformas ASTROS II e de seus vetores balísticos, com 1500/2500 km de alcance e sem limite de carga, que batam no inimigo bem distante do litoral/costa e/ou da fronteira norte, estas que mobiliariam apenas quinze baterias, aquarteladas ao longo do imenso arco defensivo que, iniciado em Tabatinga/AM, incluiria mais treze localidades, até chegar na cidade de Rio Grande/RS. Para efeito dissuasório contundente e definitivo, este, com certeza, seria o nosso mais precioso trunfo. Sem a concretização deste grande arco de defensivo alado, complementado por idêntico poder fogo naval, vamos mais é apanhar feio. “Não adianta tapar o Sol com a peneira, o pior cego é aquele que não quer ver!”
PAULO RICARDO DA ROCHA PAIVA – CORONEL DE INFANTARIA E ESTADO-MAIOR – Revista Sociedade Militar / Créditos Imagem Operação Sagitta Primus III – Exército Brasileiro
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