2ª ESQUADRA, LINHAS-DE-AÇÃO
“A matéria versa sobre o exposto em uma “LIVE” do Capitão -Tenente Engenheiro Naval Mário Sérgio Porto, apresentando em seu decurso linhas-de-ação para avaliação. Os comentários complementares são feitos como cidadão brasileiro e oficial reformado do Exército, na posição de sentido e com a mão na pala, direito de opinião garantido pela nossa Carta Magna.
A intenção da construção da sede para uma 2ª Esquadra, na grande região norte do País, tem como base de argumentação proteger o litoral norte e otimizar a garantia da segurança territorial da Amazônia. Em sua exposição, o companheiro da MB se reporta ao historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva, este que, considerando a extensão da área entre a foz do Rio Oiapoque no Amapá e a Baía de São Marcos no Maranhão, especula sobre a anulação, nesta extensão, das contra medidas brasileiras por oponente, pela combinação de um poder aéreo e naval, numa ação de apropriação de espaço aeronaval brasileiro, uma possibilidade que, fatalmente, seria seguida por uma operação anfíbia de desembarque (modelo da ação britânica na Guerra das Malvinas).
Tendo em vista estas condições eminentemente adversas e as possibilidades do inimigo evidenciadas, não há como contestar a necessidade de um aparato naval mais potente para defesa e garantia daquele ecúmeno setentrional, mais do que cobiçado pelas grandes potências militares encasteladas, de forma permanente, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Em sendo assim, a “Campanha Por Uma Nação Armada”, com base nos dados disponíveis sobre o projeto pertinente em questão, ousa levantar, primeiramente, as seguintes vantagens e desvantagens para cada uma de três linhas-de-ação em sequência, solicitando sejam avaliadas pelo arguto tirocínio dos profissionais e “irmãos em armas” da nossa Força Naval. Posteriormente, em sequência, serão visualizadas as belonaves para composição das duas ditas esquadras.
Quanto à localização da base naval para a segunda esquadra, uma primeira linha-de-ação seria a Base Naval de Val de Cães no Pará. Vantagens: aproveita a estrutura de base já existente na foz do Amazonas, sem gastos maiores para uma pasta ministerial que, é preciso que se diga, ainda não se definiu; os investimentos incrementariam o significado econômico da foz do Rio Amazonas; a localização é assentada estrategicamente nas cercanias daquela foz; o tempo de Instalação, mais em conta, depende apenas de melhorias específicas.
Desvantagem: inviabiliza a possibilidade de incremento desenvolvimentista no entorno da capital maranhense.
Uma segunda linha-de-ação seria localizar a Base Naval na Baía de São Marcos no Maranhão.
Uma segunda linha-de-ação seria localizar a Base Naval na Baía de São Marcos no Maranhão.
Vantagens: terreno cedido pelo Exército; de dragagem natural, renovação de sedimentos em 90 dias e marés altas; apresenta muito boas condições hidroviárias; os investimentos atrairiam indústrias do leste; haveria incremento de comércio e indústrias regionais.
… uma pasta ministerial que, é de se preocupar, impressiona mais pela indecisão, com metas carentes de objetividade …
Desvantagens: é mais distante (cerca de 500 km, em torno de um dia de viagem/de cruzeiro) da foz do Amazonas do que a localizada em Val de Cães no Pará; sem estrutura naval apropriada para basear uma esquadra; necessita construir uma base inexistente, com gastos resultantes para uma pasta ministerial que, é de se preocupar, impressiona mais pela indecisão, com metas carentes de objetividade para o alcance de um, mais do que vital, estágio de dissuasão extrarregional; tempo de Instalação em torno de “5” (cinco) anos.
Uma terceira linha-de-ação seria aproveitar a estrutura da Base Naval de Natal no Rio Grande do Norte.
Vantagens: aproveita a estrutura de base já existente, sem gastos maiores para um atual ministério, que se diz da Defesa, mas, porém, contudo, todavia, entretanto chafurda até agora teimosamente perdido em projetos/programas ditos estratégicos “para inglês ver”; o tempo de instalação é mais em conta, dependendo apenas de algumas melhorias específicas.
Desvantagem: é a mais distante da foz do Rio Amazonas, óbice que poderia ser contornado por uma armaria naval de alcance de cruzeiro.
Pensando agora quanto aos meios navais para composição das duas esquadras, considerar, para as três linhas- de-ação anteriores: a “cláusula pétrea” de armaria contando com vetores balísticos de cruzeiro VDR-1500/2500 Km, sem limite de carga; os submarinos, capacitados ao lançamento dos mesmos “vetores balísticos de cruzeiro de respeito”, na situação de submersos.
Sem a desativação das belonaves, disponíveis, já existentes, uma primeira linha-de-ação comportaria: na Primeira Esquadra “6” fragatas, “3” corvetas e “5” submarinos convencionais; na Segunda Esquadra “4/5” corvetas previstas pelo Projeto Tamandaré (atualmente, que seja dito, está mais para “Tamanduá”, posto que serão corvetas “pernetas”, sem vetores balísticos de cruzeiro),mais “5/6” submarinos previstos pelo PROSUB (atualmente está mais para “Submarino a Pique”, na medida em que, salvo outro juízo, seriam submergíveis “banguelas”, incapazes do lançamento de vetores balísticos na situação de submersos) e um nuclear; uma segunda linha-de-ação seria, considerando as mesmas composições de meios, trocá-los pelas duas esquadras.
O estudo leva em consideração o significado vital da dissuasão extrarregional, impositiva para o País, e a tarefa decisiva, definitiva, de nossa Força Naval, sentinela avançada e ponta de lança das Instituições Armadas no cumprimento da missão maior de defesa da Pátria. Para que se tenha uma ideia, o EB somente será empregado se a MB não lograr, com o seu poder de fogo, dissuadir os todo poderosos bucaneiros navais ainda em alto mar, bem distantes do nosso litoral/costa. Que não se duvide! Que transcendental, vital e nobre missão!
“Nossa Força Naval não pertence apenas aos marinheiros, muito mais, ela é de todos os brasileiros. Por isso mesmo, todos, temos o direito e o dever de nos preocuparmos com o seu porvir para a nacionalidade. Marinha sempre! Brasil acima de tudo!”
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de infantaria e Estado-Maior – publicado na Revista Sociedade Militar – https://sociedademilitar.com.br
Canal base para o artigo, Mario Sergio Porto no YouTube
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