Para o País é vital que sejam definidos objetivos concretos para que nossas “Desarmadas” Forças atinjam o estágio de dissuasão extrarregional. Não pensem que vou me calar os muitos poucos críticos deletérios, aqueles super/hiper militares de ocasião que me injuriam, me classificando como indisciplinado, irônico, contestador pelas minhas investidas por sobre quem, por dever e direito, deveria se decidir, pugnar e providenciar por um armamento decente para nossos filhos e netos fardados. Não, não pensem os militares de sapato alto, aqueles que se julgam os paladinos da “disciplina de Camões” que vou abdicar da luta digital pelas nossas três Instituições “Desarmadas”. Afinal de contas fiz “73” anos, o ocaso das raras vozes guerreiras vai se “aprochegando”, mas ainda vou fazê-las clamar ainda que seja no deserto. Imaginem que fui aconselhado por um “comedido coronel antigão” a ser menos irônico para ser ouvido pelas altas autoridades … meu Deus do céu, durma-se com um barulho desses! Acho que vou chorar! Companheiro mais antigo, velho de guerra (?), sou cidadão brasileiro, oficial reformado do Exército, minha livre opinião, que não podia expressar na ativa, é/está garantida pela “Carta Magna”. Selva! Brasil Acima de Tudo!
Companheiros “da luta”, quando iniciar minhas preleções “com todas as honras e sinais de respeito, na posição de sentido e com a mão na pala”, sai da frente porque, estejam certos, sem as palavras de baixo calão “presidenciais”, mas com linguajar agressivo, vou tocar na ferida em assuntos cuja resolução cabe a militares de posto mais elevado, em função de comando ou nos ministérios. Quem tem responsabilidade funcional, que não se duvide, será invocado. Em verdade, é preciso enfatizar, o binômio dissuasão extrarregional/defesa antiacesso não está sendo levado a sério por esta atual governança. Sim porque se reportar ao Projeto Guaraná e ao míssil AV-MATADOR (de mosquitos) 300 km, como ganhos para a dissuasão extrarregional, “é brincadeira”! Minha gente, parece que estou vendo Emmanuel Macron e Joe Biden, na minha frente, dando cambalhotas de tanto rir com a “pólvora” bravateada por um comandante-em-chefe que ainda não se ligou quanto`a necessidade de não dependermos dos “poderosos mercadores da morte internacionais” para nosso remuniciamento.
O alto comando naval, por sua vez, ainda não se deu conta. De nossa MB depende uma vitória imediata. Sentinela avançada do MARE NOSTRUM, o Atlântico Sul, da Força Naval depende a dissuasão já no alto mar. Que seja novamente repetido, enfatizado e repisado, o Programa Tamandaré, de corvetas “pernetas”, não vai pesar na balança. O PROSUB, de submarinos “banguelas”, não vai garantir o pescado. A Quarta Frota, qualquer que seja a força naval extrarregional, precisa ser batida com vetores balísticos de cruzeiro, sem limite de carga, antes que passem do Mar do Caribe para o Atlântico Sul. Que ninguém se engane, nossos navios escoltas desarmados e submergíveis desdentados, se largarem ferros, vão ser batidos muito antes de poderem lançar seus limitadíssimos EXOCET/MANDSUP. Trata-se de uma verdade nua crua, o EB precisa da MB para não ser empregado! Aos que entenderam a mensagem a minha solidariedade, aos carentes de perspicácia intuitiva os meus pêsames”
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de infantaria e Estado-Maior