Em seu novo canal na internet, o PARLATÓRIO, Michel Temer reuniu nesse domingo, 11 de julho, após conversas de véspera, nomes importantes, alguns recentemente fizeram parte do staff de Bolsonaro e foram detentores de altíssimo status entre apoiadores do governo.
Apesar da presença do vice-presidente Michel Temer na sala, o centro das atenções , foi o General Santos Cruz, que respondeu perguntas dos participantes.
Uma reflexão rápida e despretensiosa sobre o evento.
Mais do que o debate em si, a presença em uma mesma “sala” de Wilson Ferreira Júnior, atual presidente da BR Distribuidora e ex-presidente da Eletrobrás, Fabio Coelho, (presidente da Google no Brasil) e Patrícia Audi (vice-presidente do banco Santander) com Michel Temer, Sérgio Moro e Santos Cruz, acende luzes interessantes naqueles que se interessam pelas articulações de bastidores e buscam encontrar pistas da chamada “terceira via”, que seria uma chapa mais ao centro que buscaria nas próximas eleições rivalizar com o presidente Jair Bolsonaro.
Que outro motivo levaria um general que até há pouquíssimo tempo era completamente avesso à câmeras e mídia a se expor tanto nos últimos dias?
Se vislumbra aí uma chapa formada por Moro e Santos Cruz com o apoio de Michel Temer?
Ou outra configuração usando esses três nomes?
Uma fala interessante e que certamente dá indícios sobre possíveis articulações foi a do general de divisão na reserva Rego Barros: “gostaria de ter a oportunidade no futuro de estar ao seu lado de novo para ajudar ainda mais o nosso país“.
Colocações de Santos Cruz no debate
“O fanatismo sempre acaba em violência… todas as pessoas se julgam no direito de difamações… “
“As forças armadas não são as maiores responsáveis pela democracia… O governo desequilibrou a representação social com um grande número de militares.. .você não pode ir só numa fonte… tentar transferir o prestígio das Forças Armadas … você ouvia militares dizer que estavam em missão, não tem missão nenhuma!”
Para o general Santos Cruz as Forças Armadas hoje tem um protagonismo que não ajuda ao bom ambiente, para ele há de forma generalizada um ataque a princípios de democracia num nível inaceitável e uma deterioração dos comportamentos que teria um efeito muito forte na sociedade.
Santos Cruz disse ainda que há tentativa constante de se usar as Forças Armadas como instrumento político e que o ambiente conflituoso acaba por dificultar que se trate os outros problemas existentes, como a questão da segurança pública.
Em sua participação Sérgio Moro disse que havia uma certa incompatibilidade dessa ponderação e seriedade com “o que acontecia ali no Planalto”.
Robson Augusto //