Alguém há muito tempo disse que os oficiais generais na verdade são uma espécie de político militar, que atuam principalmente na representação e relacionamentos das Forças Armadas com outras instituições. Outros dizem que sem guerras pra lutar os generais brasileiros se tornam cada vez mais em mestres na guerra do campo político.
Além de trocar medalhas um com os outros por conta de feitos quase sempre burocráticos, aparentemente usam as condecorações e concessão de títulos nobiliárquicos como comendador, grande oficial e cavalheiro como uma das principais armas para obter vantagem para as instituições, para angariar status político.
Questionadas sobre a motivação da concessão das condecorações para políticos, já que a maior parte dos regulamentos estipula que para ser condecorado é necessário uma ação relevante em prol da força, militares se esquivam e não explicam, alegam até que as solicitações onde constam as motivações foram descartadas.
Em um almanaque também restritíssimo, de outra não menos honrada ordem, a do MÉRITO MILITAR, se encontra o nome do senador OMAR AZIZ. Ao criticar duramente os militares que hoje servem às Forças Armadas esse senador iniciou uma das maiores crises dos últimos anos, quando os três comandantes militares – juntos – emitiram um verdadeiro ultimato, declarando que não vão mais admitir críticas infundadas.
Na verdade, apesar de ser reconhecidamente um documento importante, muitos acham que a defesa – que mais do que ninguém é mestre na arte da dissuasão – apenas blefa.
O documento é pouco claro sobre o que os generais vão fazer se novas críticas surgirem, mas a maior parte dos políticos e militares ouvidos pela REVISTA disse que no máximo rola um processo judicial por ofensa às instituições.
Essa parece ser também a visão do senador envolvido, que já disse que não se intimidará.
Aguardamos os próximos passos.
Revista Sociedade Militar