O IPCA-15 indicou que a inflação “oficial” no Brasil encerra 2021 no patamar mais elevado dos últimos seis anos, bem acima de 10%, mantendo os temores no país sobre contínuo aperto da política monetária e elevação de preços e – o mais grave – corroendo salários das categorias que dependem do governo federal para a correção das perdas inflacionárias.
Dos membros de categorias ligadas ao serviço público federal alguns dos mais insatisfeitos sem dúvida são os militares das Forças Armadas.
Membros da polícia federal já têm reajuste prometido e membros da polícia militar do Distrito Federal já receberam reajuste salarial.
Em redes sociais ligadas aos militares as reclamações são inúmeras, a ponto de o Ministério da Defesa ter retirado de seu canal, por conta de grande número de comentários em tom de reclamação, um vídeo onde o general Braga Netto fala sobre as realizações do ano. Outro vídeo postado no canal já conta com mais de 100 postagens de militares insatisfeitos.
Nos comentários os militares apontam que, apesar da sociedade e grande mídia acreditarem que houve um reajuste em 2019, isso não é verdade, as maiores vantagens foram acrescidas aos salários de oficiais generais, que hoje – por exemplo – caso sejam membros dos escalões do governo – podem receber salários que ultrapassam a cifra de 60 mil reais.
Baixas patentes teriam sido os mais prejudicados. Um militar graduado ou pensionista que recebia 2 mil reais quando o presidente Bolsonaro assumiu o controle do país, no início de 2019, hoje tem um salário na mesma cifra e – com a inflação acumulada – já contabiliza uma perda de poder aquisitivo de aproximadamente 400 reais.
Militares das Forças Armadas com essa faixa salarial foram justamente os que ficaram de fora das grandes vantagens instituídas pela reestruturação das carreiras, transformada em lei em dezembro de 2019.
Tabela utilizada – https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormCorrecaoValores.do?method=exibirFormCorrecaoValores