A Revista Sociedade Militar ao longo da última década, de forma natural, se tornou um ponto de concentração de discussões e o veículo que produz as principais notícias relacionadas ao pessoal militar das Forças Armadas brasileiras.
Uma das discussões mais frequentes, praticamente permanente, que se percebe nos últimos anos nas instituições militares é o prejuízo pessoal que as famosas escalas de serviço 2 x 1 causam à família militar.
Uma escala de serviço apertada gera um nível de stress altíssimo. Chegamos a publicar na Revista Sociedade Militar vários artigos sobre a quantidade absurda de horas trabalhadas por um militar que concorre a escalas de serviço nos moldes 2 x 1 ou 1 x 1.
Quem conhece a Marinha do Brasil, Exército e Força Aérea já ouviu muitos relatos do passado sobre decisões arbitrárias, o que se chama de “R-Quero” ou “queromarinst”, para a criação de postos de serviço fazendo com que a escala fosse mantida definitivamente em 2 x 1 ou até em patamares piores do que isso com a desculpa de “manter a disciplina” ou mesmo de punir a tropa por não ter-se alcançado algum índice previsto. Por mais absurdo que seja, denúncias recebidas atestam que até em centros de formação, onde os militares deveriam ter tempo disponível para estudar, é comum que as escalas de serviço sejam apertadas.
A necessária vigilância de autoridades superiores sobre todas as organizações, o que nem sempre acontece, é o que de fato impede que abusos e arbitrariedade sejam perpetradas contra aqueles que estão em posições mais na base da estrutura.
Um militar em escala 2 x 1 pode trabalhar até mais de 70 horas semanais, o que extrapola em mais de 50% o limite que se tem como biologicamente suportável para o ser humano, que são as conhecidas 40 horas semanais como jornada de trabalho.
Nos últimos dias percebemos bons sinais no horizonte, em seu vídeo de final de ano o Comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, determinou para todas as organizações subordinadas que os militares NÃO PODEM MAIS ser submetidos, por mais de 1 mês, em situações normais, a escalas de serviço inferiores a 3 x 1. O oficial general fez questão de informar que percebe os prejuízos que essa jornada de trabalho causa aos militares e que a redução se trata de uma decisão pessoal, o que pode significar que há, na cúpula da Marinha, quem pense diferente dele em relação a esse assunto.
Embora a mudança pareça algo pequeno, definitivamente não é. A decisão é de certa forma revolucionária, significa mais tempo para os militares passarem com seus filhos, descanso em casa, tempo para estudar. Ao longo de vários anos, comandante após comandante, pouco percebeu-se sequer mencionarem a situação da tropa. Não é concebível que em situação de paz os militares sejam submetidos a situações que extrapolam o limite do aceitável, a humanização das escalas de serviço é extremamente bem vinda.
É um grande avanço.
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