“O grande desafio da democracia brasileira hoje é o Bolsonarismo”, é o que afirma João Feres Junior, cientista político, professor de Ciência Política na Uerj, coordenador do Manchetômetro e do Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), em entrevista ao site americano Nacla.org.
Aparentemente, com os eventos do 8/1, Lula saiu mais forte, conseguiu passar melhor do que na campanha a mensagem de defesa da democracia, tendo recebido apoio da maioria das instituições, apesar dos estragos em Brasília.
O plano geral dos bolsonaristas, ainda segundo Feres Junior, era criar a balbúrdia para que os militares interviessem garantindo a lei e a ordem, e em seguida destituir Lula da presidência, mas, embora tenha havido indulgência por parte das Forças Armadas e das forças auxiliares, os militares não deram golpe e ainda prenderam muitos dos manifestantes, o que gerou o sentimento de frustração nos bolsonaristas. Confira abaixo:
“Mas, ao mesmo tempo há um grande problema com os militares agora no Brasil, porque as forças de segurança em geral – não só os militares, mas também as forças de segurança que eram responsáveis por manter a segurança em Brasília, inclusive dos prédios públicos – era muito indulgente com os protestos, mesmo quando já estavam destruindo os prédios.
Isso inclui as forças de segurança sob o controle da administração do Distrito Federal, que funciona como um estado independente no Brasil, e também grupos especiais de segurança encarregados da segurança do palácio presidencial e agências de inteligência e até do exército.
Muitos policiais olharam para o outro lado enquanto essas pessoas entravam nos prédios. Eles não agiram como deveriam para proteger os edifícios e proteger as instituições.”
Diante do exposto, não estranha a conclusão, segundo a qual, para o futuro não resta ao governo Lula outra coisa senão, num primeiro momento, a repressão dos manifestantes, e, num segundo momento, a desmontagem da comunicação bolsonarista, a grande arma dos últimos governos, que tem como colaboradores o nunca descoberto “Gabinete do Ódio” (com sede no Palácio), a mídia tradicional, (como a Tv Record e o SBT, além da rádio Jovem Pan), e as igrejas evangélicas.
Para quem sabe ler, um pingo é letra: eis os alvos a serem combatidos pelo próximo governo com o apoio dos “intelectuais”. E viva a Democracia!
Fonte: https://nacla.org/brazilian-democracy-bolsonarismo