Números – De acordo com o “monitor de terremotos” do site www.apolo11.com, hoje, 20 de fevereiro, foram detectados até o momento mais de 10 eventos variando entre as classificações “leve”, “moderado” e “forte”. O tremor ocorrido hoje na Turquia, a 3 km de Uzunbäÿ, enquadrou-se no último nível. Ele atingiu 6.3 na escala Richter, seu epicentro foi a 16 quilômetros de profundidade e a quantidade de energia liberada foi o equivalente a mais de 40 KTon de TNT, isto é, duas bombas de Hiroshima.
Mar de fogo
Os terremotos são causados pela movimentação das placas tectônicas, um grupo de doze grandes blocos da crosta terrestre onde estão assentados os oceanos e continentes. Essas placas estão em constante movimento, à deriva sobre o magma incandescente que se movimenta abaixo delas.
Os tremores ocorrem normalmente ao longo da junção entre essas placas, que colidem, afundam ou deslizam entre si, liberando grande quantidade de energia.
A velocidade com que as placas deslizam ou colidem varia entre poucos milímetros até 10 ou mais centímetros por ano.
Na Turquia, acontece que o território está quase todo sobre o encaixe de três placas tectônicas. Um deslizamento de três metros entre duas delas (Arábica e Anatólia) causou a tragédia que está comovendo o mundo.
Mas, este tremor, apesar de ter tido efeitos devastadores, não foi o mais potente.
Preocupação?
Foi no nosso vizinho continental que ocorreu o terremoto mais forte já registrado. No dia 22 de maio de 1960, em Valdívia, no Chile, um tremor de 9,5 graus de magnitude provocou a morte de mais de 2 mil pessoas.
O Chile é logo aqui ao lado. Os brasileiros devem se preocupar? Como explicado, os terremotos ocorrem ao longo da junção entre as placas tectônicas. O Brasil, por se localizar no centro de uma dessas placas – a sul-americana – não sofre os efeitos do atrito entre elas, ficando portanto livre dos abalos de origem tectônica. No entanto, todas as placas têm falhas em seu interior e a posição do Brasil não é exceção.
Conhecidas como falhas geológicas, essas ranhuras são similares a cicatrizes na crosta terrestre e são as principais causas dos tremores de terra registrados no Brasil.
Quando uma movimentação anômala ocorre próxima a essas fendas, existe uma tendência natural de estabilização do solo abaixo delas, que muitas vezes produzem as chamadas “acomodações”, quando blocos inteiros sob a superfície desmoronam sobre espaços vazios.
Com raras exceções, os terremotos no Brasil não ultrapassam 3.0 graus de magnitude e muitas vezes nem são registrados. No entanto, quando acontecem em áreas povoadas com estruturas pobres podem provocar danos significativos.
O terremoto mais intenso já registrado no Brasil ocorreu em Porto dos Gaúchos, no norte de Mato Grosso, em 31 de janeiro de 1955. Na ocasião os sismógrafos registraram 6.2 graus de magnitude.
Até hoje, apenas uma pessoa morreu vítima de terremoto no Brasil. O fato ocorreu em 9 de dezembro de 2007, na cidade de Caraíbas, em Minas Gerais, após um terremoto de 4.9 graus que atingiu o local. A vítima foi uma criança e na ocasião 76 casas desabaram.
Fonte primária: Apolo11
Edição: JB Reis