Em uma iniciativa inédita e polêmica, a Marinha do Brasil, mais especificamente por meio do Corpo de Fuzileiros Navais, realizará uma Auditoria entre seus militares que apurará se os resultados lançados nos Testes de Aptidão Física foram realmente corretos. Esta medida atingirá, inicialmente, apenas os Suboficiais e Primeiros-Sargentos do CFN. Oficiais, inclusive os Oficiais Superiores, não foram incluídos até o momento, como já era de se esperar.
A Revista Sociedade Militar fez contato com a Assessoria de Imprensa da MB para questionar se haverá o mesmo rigor no TAF dos Oficiais e também se há previsão de data pra essa auditoria, incluindo a filmagem da mesma para estes Oficiais. Não houve resposta até o momento.
Inicialmente, na interpretação de alguns militares, parece ser uma atitude correta, pois ter a higidez física é uma obrigação do militar e também um requisito de carreira. Entretanto, um ponto que para alguns teria sido desconsiderado é a possibilidade do militar estar com problemas físicos – mesmo leves – que o impeçam de ter um rendimento à altura do anterior. Há de se observar, ainda, que algumas das resoluções desta medida são consideradas como extremamente duras, entre as quais a “atribuição de nota zero (0) em caso de faltas ou atrasos na realização das modalidades”.
Um dos pontos mais polêmicos da nova medida seria a exclusão dos militares (caso reprovados) da possível matrícula no Curso de Altos Estudos, o C-Asemso, que permitiria ir para a Reserva com um percentual a mais em seu pagamento. Lembremos que o TAF é um dos requisitos não apenas para o C-Asemso, como também para a Promoção e realização de Curso para o Quadro dos Oficiais Auxiliares.
Outro fato que provavelmente ocorrerá é a propagação dessa iniciativa, prevista para o Corpo de Fuzileiros Navais, para a Armada e, consequentemente, acredita-se em breve chegará ao Exército e Aeronáutica.
Esclarece o texto recebido que, em caso de reprovação, o militar poderá fazer teste para a mesma modalidade em que ficou reprovado – no mesmo turno, manhã ou tarde – porém só terá direito a 1 protesto por modalidade. Haverá a tolerância de até 20 pontos por modalidade quando comparada à nota recebida anteriormente. Esclarecendo: caso o militar tenha obtido nota 90 em corrida, será tolerado um resultado mínimo de 70 pontos. Se houver pontuação igual ou superior a 30 pontos de defasagem, o resultado será considerado “discrepante”, o que provavelmente gerará uma Sindicância para apuração desta diferença e, claro, as devidas medidas serão adotadas.
Os militares auditados farão seus testes fora de suas Organizações Militares, sendo o local destinado para tal faina o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN).
Revista Sociedade Militar – Franz Lima