Em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, no dia 16 de março, o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), afirmou que houve facilidade e omissão para a execução dos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro. Naime, que estava de licença no dia do ocorrido, questionou o efetivo mobilizado e os procedimentos adotados.
Incoerências no efetivo
Segundo informações da Agência CLDF, o documento da PM apresentado pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), aponta que havia apenas 200 alunos do curso de formação de policiais no dia 8 de janeiro, com o restante em “sobreaviso”. Naime considerou essa situação estranha:
“Me causa estranheza ter usado somente os alunos. Realmente eu acho que precisa haver uma revisão nessas escalas e ver se realmente isso aconteceu porque foge completamente do que é o nosso padrão”, afirmou.
Além disso, o ex-comandante mencionou que o efetivo utilizado no dia da posse presidencial foi de 2.193 policiais, contrastando com a quantidade no dia dos atos de vandalismo.
Facilidade na invasão dos prédios
Naime relatou que nunca havia visto “tanta facilidade” na invasão dos prédios e ressaltou a falta de resistência mínima nas sedes dos poderes. Ele questionou a quantidade de policiais presentes no Congresso Nacional, que era de apenas 16 entre os 500 esperados.
Responsabilidade pela segurança dos prédios
O coronel também esclareceu que a responsabilidade pela segurança dos prédios federais não é da PMDF, mas das próprias instituições, que possuem suas polícias internas. Dessa forma, a facilidade com que os manifestantes entraram nos prédios é responsabilidade da segurança federal.
Em seu depoimento, Naime informou que os invasores utilizavam técnicas de guerrilha e contraguerrilha, e a polícia disparou 4 mil tiros de borracha para contê-los.