Nesta semana, jornalistas de todo o Equador foram alvo de artefatos explosivos enviados pelo correio do país, informa a BBC. Na segunda-feira dia 20 de março, pelo menos cinco cartas-bomba foram entregues a profissionais que trabalham em estações de rádio e TV, declarou o ministro do Interior, Juan Zapata.
Um apresentador, Lenin Artieda, ficou ferido ao abrir o envelope bem no meio da redação.
Artieda disse que o explosivo parecia um pendrive USB comum. O artefato teria detonado no momento em que o jornalista o conectou em seu computador. O chefe nacional de Criminalística da Polícia, Xavier Chango, disse que Artieda “aparentemente sofreu algum problema na mão e escoriações leves no rosto, mas nada complexo”.
O Governo equatoriano condenou os ataques, reiterando que a liberdade de expressão é “um direito que deve ser respeitado”. “Qualquer tentativa de intimidar o jornalismo e a liberdade de expressão é uma ação repugnante que deve ser punida com todo o rigor da justiça”, afirmou em comunicado. O caso está sendo tratado como terrorismo pelas autoridades.
O ministro do Interior, Juan Zapata, disse que todos os dispositivos foram enviados a partir da mesma cidade. Três foram entregues a meios de comunicação de Guayaquil, a maior cidade do Equador, e mais dois à capital, Quito. Apesar do jornalista Lenin Artieda ter sido ferido pelo dispositivo, os outros explosivos enviados pelo correio não detonaram ou sequer foram abertos pelas potenciais vítimas.
A polícia realizou uma detonação controlada de um dos dispositivos enviados à TC Television. O chefe nacional de Criminalística da Polícia, Xavier Chango, disse que a carga utilizada no dispositivo pode ser “RDX”, “um explosivo de tipo militar”.
O país andino é usado como rota de tráfico de cocaína pelos vizinhos Peru e Colômbia. Recentemente, o Equador registrou um aumento acentuado em assassinatos e crimes relacionados a disputas entre diferentes gangues e organizações criminosas. Guayaquil, para onde foram enviados três dos explosivos, tem experimentado níveis particularmente dramáticos de violência, onde grupos rivais se enfrentam em uma verdadeira guerra urbana. No ano passado, diversos incidentes com corpos decapitados e pendurados sobre passarelas e pontes foram reportados pela cidade.