Lula chegando para almoço com almirantes da Marinha em Brasília – Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência
Depois de se reunir com militares da Marinha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim que voltar de sua viagem à China, terá encontros com Aeronáutica e Exército semelhantes ao desta quarta-feira (15).
As reuniões fazem parte da estratégia do Palácio do Planalto de pacificar as relações com as Forças Armadas, que estavam tensas desde a transição e no início do governo. De outro lado, as Forças Armadas também fazem gestos para reduzir tensões.
O Exército, por sua vez, não vai mais divulgar notas para “celebrar” o dia 31 de março, data da Revolução Militar de 1964.
Em outra frente, o Ministério da Defesa acertou com as três forças – Exército, Marinha e Aeronáutica – um projeto, encaminhado nos últimos dias ao Palácio do Planalto, determinando que militares que decidirem se candidatar em eleições não podem mais voltar à sua Força e devem ir para a reserva e militares que assumirem ministérios também têm de ir para a reserva e não podem permanecer na ativa.
Essa iniciativa se dá por conta da tentativa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de trazer de volta os militares para a política durante o seu governo. Bolsonaro fazia questão de dizer que as Forças Armadas tinham, inclusive, um poder moderador e poderiam fazer uma intervenção em caso de crise entre os Três Poderes, algo que não tem respaldo na Constituição.
Para ajudar a pacificar relação, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB) foi escalado por Lula e já iniciou, nesta quarta-feira (15), uma série de reuniões com os comandantes das Forças Armadas para que Exército, Marinha e Aeronáutica apresentem suas prioridades para a construção de uma política pública de fomento da indústria de defesa no Brasil. Pela manhã, Alckmin recebeu o comandante do Exército, Tómas Miguel Ribeiro Paiva, e o chefe do Estado-Maior do Exército, General Valério Stumpf.