Um narcossubmarino abandonado que foi encontrado na segunda-feira, 13, na costa de Arousa, na Espanha, tinha roupas, cobertores e “comida brasileira”, segundo as autoridades espanholas. Investigadores dizem que a embarcação teria saído de portos brasileiros carregada de droga com destino à Europa. As autoridades acreditam que o carregamento de droga já teria sido distribuído.
Chamado de Poseidon, o narcosubmarino tem 23 metros de comprimento. Ele “por dentro é igual” a embarcação abandonada em frente ao município galego de Aldán em novembro de 2019, que continha mais de três toneladas de cocaína e cujos tripulantes foram presos. Dessa vez, no entanto, não há vestígios da droga ou da tripulação.
O termo para se referir à embarcação, “narcossubmarino”, é usado porque as autoridades acreditam que o submarino foi construído especificamente para o tráfico internacional de drogas. Nesta segunda-feira, o encontro se deu com o submarino semissubmerso, já abandonado após a droga ser descarregada.
A embarcação foi içada pelas autoridades espanholas na terça-feira, 15, e rebocada para o porto de Xufre, onde passará por vistoria e perícia. Ainda não há informações concretas sobre os proprietários do submarino ou mesmo o destino das drogas que teriam sido transportadas.
Duas lanchas localizadas em fevereiro em uma praia próxima ao local onde o narcosubmarino foi encontrado fazem os investigadores acreditarem que os traficantes conseguiram despachar a carga desta vez.
Em agosto de 2006, imitando os narcotraficantes colombianos, os espanhóis fizeram uma tentativa frustrada de construir um submarino, uma embarcação que conseguisse ir mais fundo que os semissubmersíveis —que vão quase ao nível da água. Com ela pretendiam recolher 750 quilos de cocaína. Mas o resultado da operação foi um fiasco e o veículo foi encontrado à deriva perto das Ilhas Cíes. Posteriormente, seu único tripulante e várias pessoas ligadas à fabricação do aparelho foram presos.
A descoberta de um segundo semissubmersível nesta segunda-feira na Galícia coincide com a prisão em cadeia pelas Forças Armadas da Colômbia de outros três neste fim de semana, um fato incomum que destaca a multiplicação dessas embarcações nas mãos de narcotraficantes que controlam a produção de drogas.
Essas embarcações, em particular, foram atribuídas à guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), destinadas a transportar entre quatro e seis toneladas de cloridrato de cocaína cada uma.