As filas para abastecer veículos na capital de Cuba, Havana, se estendem por vários quarteirões. Nesta quarta-feira, cidadãos muito irritados esperavam horas para conseguir encher os tanques de seus carros. Em alguns casos, a espera por combustível pode durar dias. Esse é apenas o capítulo mais recente de uma crescente crise econômica que está abalando a nação insular caribenha.
O transporte público, os turistas e os taxistas locais tem sofrido nos últimos meses com a escassez cada vez maior de combustíveis, o que tem aumentado as tensões na maior cidade do país, com cerca de 2,4 milhões de habitantes.
“Estou há três dias esperando gasolina nesta fila e ainda não sabemos se o caminhão de combustível chegará hoje”, disse o taxista Alexander Pérez, 43 anos. “A situação em todo o país é crítica e as filas, intermináveis. E eles não dão nenhuma explicação.”, lamentou Pérez.
Razão para o problema não é clara
Uma reportagem do jornal estatal Granma chegou a tratar do assunto no domingo, mas a matéria já não está mais disponível no site do jornal.
Uma foto dessa reportagem, obtida pela Revista Sociedade Militar, mostra que o governo reconhece a questão do abastecimento. A matéria continha uma nota onde o governo da capital descrevia uma série de medidas para enfrentar a escassez de combustível em Havana e garantir o funcionamento dos serviços básicos.
A nota oficial sugere a introdução de um novo programa priorizando temporariamente o transporte público.
De acordo com a nota publicada na reportagem, a capital Havana sozinha é responsável por cerca de 45% do consumo diário de combustíveis em Cuba. Ainda segundo a nota, somente o transporte público consumiria cerca de 34% do combustível diário da cidade.
A Venezuela recentemente aumentou o fornecimento de petróleo a Cuba. No entanto, o abastecimento venezuelano dos últimos meses incluiu pouco combustível já refinado, especialmente gasolina e diesel, o que poderia ser uma das razões por trás da escassez desses elementos nos postos de gasolina cubanos.