Agora é oficial: a Polícia Federal marcou para a próxima quarta-feira, dia 26 de abril, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre os atos do dia 8 de janeiro, quando invasores depredaram o prédio dos três poderes em Brasília.
O depoimento, determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, será feito na própria sede da Polícia Federal, em Brasília. A determinação atende um pedido da Procuradoria-Geral da República.
Os investigadores do caso sustentam que uma postagem feita por Jair Bolsonaro no dia 11 de janeiro ligaria o ex-presidente aos atos do dia 8. Na ocasião, a postagem do presidente causou mal estar por colocar em dúvida o sistema eleitoral.
Vídeo incitaria desconfiança sobre o processo eleitoral
No vídeo, compartilhado pelo ex-presidente, aparece o trecho de uma entrevista do Procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Marcelo Gimenez, que afirmava que as Forças Armadas deveriam “intervir no sistema político”. A constituição federal proibe tal intervenção.
O procurador defendia que a eleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia sido fraudada e que o voto eletrônico não seria confiável. “Lula não foi eleito pelo povo brasileiro. Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral”, dizia o Procurador no vídeo. “Porque se fosse uma escolha do povo, haveria poder do povo sobre essa escolha, poder do povo sobre o processo de apuração dos votos.”, opina.
A postagem foi removida cerca de duas horas depois.
Na ocasião, a Procuradoria Geral do Estado do Mato Grosso do Sul emitiu nota, em que dizia que “reafirma sua confiança no processo eleitoral e o respeito às autoridades estaduais e nacionais responsáveis pela sua realização, não representando a posição desse órgão eventuais manifestações individuais de integrantes de seus quadros.”