Documento publicado pelo Departamento de Estado dos EUA, órgão correspondente ao Itamaraty, em conjunto com a USAID (Ajuda internacional norte-americana a dezenas de países), agência ligada a esse Departamento, publicou o orçamento de apoio e ajuda a países no exterior para o Ano Fiscal de 2023.
O documento é elaborado como justificativa de orçamento do Congresso americano e contempla ajuda e apoio a dezenas de países no mundo todo.
Projetos de ajuda vão desde a assistência humanitária, saúde, catástrofes, combate ao tráfico de drogas, antiterrorismo, desminagem, operações de manutenção da paz, conflitos bélicos e políticos até a ênfase no enfrentamento geopolítico com China e Rússia, considerados regimes autoritários, e o apoio maciço ao esforço de defesa ucraniano contra a agressão russa, entre outros.
O Brasil, contemplado neste documento, recebe ajuda orçamentária de 800 mil dólares para treinamento e ensino militar através do projeto IMET, Treinamento e Educação Militar Internacional.
No ano Fiscal de 2022 o Brasil já tinha sido contemplado com esse mesmo valor e em 2021 com 650 mil dólares do orçamento do Departamento de Estado americano.
A despeito de todo aparente alinhamento econômico, político ou ideológico com nações como China e Rússia, o Brasil tem sido, desde sempre, apoiado com assistência americana em diversos setores desde a segunda grande guerra, tais como a doação da primeira siderúrgica do Brasil, a CSN, e desenvolvimento de tecnologia em órgãos como a EMBRAPA, que tornou o Brasil um gigante no agro negócio, etc, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar.
Ações estratégicas e geopolíticas como essas, são realizadas muito antes, desde a ajuda social e militar ao Governo Vargas, para convencer o Brasil a abandonar um possível alinhamento com Hitler e depois o Plano Marshall de reconstrução da Europa. Algo parecido se dá agora no conflito da Rússia com Ucrânia.
Independente disso, a ajuda americana às dezenas de países em todo globo terrestre nunca cessou, mesmo muitas vezes tendo sido visto hostil por muitos desses países. Pra lá de uma visão estratégica, trata-se da sobrevivência de um modelo de tentativa de tornar o mundo melhor em bem estar social, mais livre e com capacidade tecnológica de produzir mais, ter mais poder de compra, provocando uma sinergia entre todos os povos onde todos possam se unir em crescimento. Esse é, em síntese também, o teor de toda essa ajuda.
O documento é assinado pelo Secretário de Estado, Antony Blinken, em sua introdução, onde diz, entre outras coisas que ´´tais iniciativas visam construir um mundo melhor que ajudará nossos parceiros a construir infraestrutura de qualidade necessária para um crescimento inclusivo e sustentável, aumentando a mão-de-obra e padrões ambientais, promovendo a transparência, combatendo a corrupção e fazendo parceria com o setor privado, incluindo empresas e trabalhadores americanos, para atender às necessidades globais de infraestrutura.
´Esta iniciativa oferece uma alternativa atraente ao Cinturão e Rota da República Popular da China (A nova Rota da Seda) e outros modelos de infraestrutura que distorcem os mercados, alimentam a corrupção, criam sobrecargas de dívidas insustentáveis e recursos degradados.
´A crise climática, o aumento do autoritarismo, intensificação das rivalidades geopolíticas, número recorde de refugiados e uma revolução tecnológica que carrega enormes promessas e perigos, necessitam de diplomacia e esforços para garantir nossa segurança´´, diz ainda o documento.
Esse orçamento do ano fiscal de 2023, que inclui US $60,4 bilhões para o Departamento de Estado e a USAID, tem o propósito de que os EUA continuem a liderar o mundo no enfrentamento dos desafios globais e defender o sistema internacional que os Estados Unidos tanto fizeram para construir.
O documento fala ainda dos compromissos com o povo ucraniano e os aliados e parceiros na Europa. Inclui apoio econômico e de segurança adicional para a Ucrânia para ajudar em seu esforço de defesa.
Os ucranianos defendem seu país das ações premeditadas, não provocadas e injustificadas da invasão da Rússia, reforça ainda o documento.
Também fornece apoio significativo aos parceiros na região, apoiando-os em seus caminhos em direção à democracia, integração euro-atlântica e economias de mercado aberto enquanto constroem sua capacidade de combater ações coercitivas de atores externos. Há também uma forte ênfase em apoio financeiro no combate a doenças e epidemias.
O documento é uma justificativa orçamentária e não tem o propósito de especificar para onde será destinado esse orçamento nas instruções militares no Brasil.
Além dessa ajuda, o Brasil também é contemplado com outras verbas para outros setores descritos nesse mesmo documento.
Para acessar o documento, basta a clicar no link abaixo: https://www.usaid.gov/sites/default/files/2022-05/FY2023-Congressional-Budget-Justification.pdf
Fim da Matéria