No artigo “VUCA, BANI, PSIC, pós verdade e poder”, publicado hoje (19/04) no eBlog, o Major Filipe da Silva Araujo discute o complexo papel do Exército Brasileiro diante da realidade informacional moderna, marcada por acrônimos como VUCA (vulnerabilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) e PSIC (precipitação, imediatismo e conturbação).
O Major argumenta que essas características refletem a atual dinâmica da sociedade, na qual a tecnologia da informação transformou a forma como vivemos e percebemos o tempo.
Ele destaca que o grande volume e fluxo de informações dificultam o processamento adequado de dados, levando à superficialidade e ambiguidade. Com o tempo acelerado e a percepção distorcida, a sociedade torna-se mais propensa à aceitação de informações sem questionamentos críticos, dando origem ao fenômeno da pós-verdade.
Segundo o Major Filipe da Silva Araujo, a pós-verdade é um conceito atribuído a informações cuja integridade e autenticidade são negadas ou distorcidas, com apelo emocional ou hedonista. Nesse cenário, a dinâmica do poder também se transforma, embora o conceito em si permaneça o mesmo: a capacidade de influenciar outras pessoas a fazerem ou deixarem de fazer algo.
O autor aponta que os atores políticos se adaptaram à nova realidade VUCA, BANI e PSIC, utilizando a informação como principal insumo de poder. A política é, em essência, a comunicação de informações, e o mundo da pós-verdade permite que esses atores exerçam influência sem que os indivíduos se deem conta, resistam ou argumentem.
“Seguramente, os atores políticos se adaptaram à nova realidade VUCA, BANI e PSIC, usando a informação como o insumo de poder mais rico e abrangente em seus efeitos. A informação sempre foi o insumo de poder mais importante da política, pois política é, sobretudo, comunicação de informações”.
O mundo da pós verdade, contudo, conferiu aos atores políticos o condão de exercer influência política nos sistemas humanos sem que esses se deem conta, resistam ou mesmo argumentem”, escreveu.
Diante desse impasse, Araujo sugere que não parece factível ou desejável “desachatar” o tempo ou desacelerar o progresso tecnológico. O ponto de partida para enfrentar esse desafio é desenvolver a consciência situacional coletiva e promover o pensamento crítico na sociedade, capacitando as pessoas a lidar com a realidade informacional moderna e seus impactos na dinâmica de poder.
Leia o artigo do Major no eBlog aqui.