A existência de metas comuns concretas no âmbito da Defesa pode estimular a busca por uma política polar unificada. De acordo com o Boletim Geocorrente, periódico de Geopolítica e Oceanopolítica da Marinha, em 6 de abril de 2023, a Argentina declarou oficialmente sua volta à União das Nações Sul-Americanas (UNASUL). No dia seguinte, o Brasil tomou as medidas legais necessárias para seu retorno ao Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas.
Nesse cenário, com a participação do Conselho de Defesa Sul-Americano (CSD) e o recente Acordo de Cooperação Antártica entre Brasil e Argentina, o regresso desses dois países ao grupo fortalece uma significativa aproximação no âmbito polar, visando a construção de uma identidade coletiva em Defesa.
O que é a UNASUL
Fundada em 2008, a UNASUL inicialmente englobava doze nações sul-americanas, com o objetivo de impulsionar e fortalecer suas relações comerciais, culturais, políticas e sociais. Contudo, a busca por uma comunidade de segurança regional na América do Sul motivou a criação do CSD dentro do grupo, com foco específico nos assuntos polares.
A Antártica foi incluída como parte do Plano de Ação do Conselho para o ano de 2012. Assim, sob a égide do CSD, foram desenvolvidos projetos, estratégias e políticas de cooperação entre os países sul-americanos no continente antártico.
Essa aproximação agora ocorrida é complementada pelo Acordo de Cooperação Antártica assinado entre Brasil e Argentina em janeiro de 2023 (Boletim 176), no qual ambos formalizaram sua parceria estratégica no polo sul, expandindo, agilizando e fortalecendo suas respectivas áreas de atuação no continente.
Com o retorno dos dois países à UNASUL, esta se torna um novo meio para sua reintegração ao Sistema Internacional. Além disso, é estabelecida uma conexão para novas fronteiras logísticas, tecnológicas e geográficas, especialmente na Antártica, continente dedicado à paz e à ciência pelo Tratado Antártico de 1959.
Fonte: Boletim Geocorrente