Em um tweet publicado ontem, dia 25 de maio, o diplomata Paulo Roberto de Almeida disse que Lula teria mandado cancelar a venda de ambulâncias blindadas do tipo Guarani à Ucrânia, tão logo saiu do encontro do G7, em Hiroshima. O motivo, segundo o diplomata, seria “ódio” que o presidente brasileiro teria do colega ucraniano.
O texto diz: “Lula, antes, tinha uma baita raiva do Zelensky, por ele ter roubado um espaço na mídia que Lula queria para si; agora tem ódio. Mandou cancelar a venda de ambulâncias blindadas assim que saiu de Hiroshima. Quem vai pagar o preço vai ser a Embraer e os militares em geral.”
O tweet faz referência à solicitação de exportação de viaturas blindadas do tipo 6×6 Guarani para emergência humanitária, feita pelo Governo da Ucrânia ao Ministério de Defesa do Brasil no final do mês passado. No documento, endereçado ao ministro da Defesa José Múcio Monteiro, foi solicitada a aquisição de 450 viaturas Guarani em sua versão “ambulância”. Esses veículos seriam destinados ao Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia.
O objetivo da compra, segundo a Ucrânia, era usar o veículo no transporte de feridos em combate até hospitais, além de auxiliar na evacuação de civis de zonas consideradas de risco.
O texto da solicitação ucraniana inicia-se com um apelo: “Ucrânia é uma nação soberana e que desde fevereiro de 2022 está enfrentando uma ameaça existencial, após ter seu território invadido pela Federação Russa”.
Agência de Notícias Russa confirma fala de diplomata
Hoje a tarde, a Agência de Notícias Estatal Russa, a TASS, pareceu confirmar o que diz o diplomata. Reportagem publicada por volta das 14 horas diz que “O presidente brasileiro garantiu a Putin que, apesar dos apelos das nações ocidentais, o Brasil não fornecerá armas ou munições à Ucrânia porque entende que seriam usadas contra Moscou.”. A notícia cita uma fonte do governo ligada a Lula.
“Lula disse que teve a impressão de que outros participantes da cúpula que não são membros do G7 foram convidados apenas para se voltar contra a Rússia. Ele disse que isso não funcionaria com o Brasil ”, disse a fonte à TASS, acrescentando que, segundo o presidente brasileiro, países como Indonésia, Índia e Vietnã, também teriam uma posição semelhante.
A Revista Sociedade Militar também cobriu essa informação.
Venda seria estratégica para o país
Além de viabilizar o desenvolvimento do veículo na versão específica para ambulância, o negócio geraria empregos e renda. Mas, mais do que isso, aumentaria a participação mundial da indústria de defesa brasileira.
O programa Guarani envolve centenas de fornecedores nacionais e a maioria das peças e componentes são fabricadas no Brasil.
Na ocasião da solicitação, o Governo da Ucrânia ofereceu garantias que os veículos não seriam utilizados diretamente em combate, mas apenas em questões humanitárias. O negócio seria pago à vista, por aliados dos dois países.
Fontes: Estadão / Shepard Media / Twitter / TASS