O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, declarou nesta segunda-feira que irá dissolver o Parlamento, afirmando que pretende convocar novas eleições para o próximo dia 23 de julho. A atitude veio apenas um dia depois que os partidos conservadores e a extrema direita registraram fortes ganhos nas eleições regionais.
A Espanha deveria realizar eleições gerais até o final do ano, mas o líder socialista anunciou a decisão de antecipar a data após o resultado das eleições do último dia 28, em que o partido de Sánchez sofreu uma derrota esmagadora.
Em uma declaração televisionada do Palácio de Moncloa, residência oficial do chefe de governo da Espanha, o Primeiro-ministro espanhol assumiu pessoalmente a responsabilidade pelo fraco desempenho de seu partido nas eleições de domingo. Os resultados da apuração comprovaram que quase todas as maiores cidades do país passaram para o Partido Popular, de centro-direita.
“Esses resultados sugerem que os espanhóis devem esclarecer quais forças políticas querem assumir a liderança”, disse Sánchez, acrescentando que é hora de deixar o povo “tomar a palavra e definir a direção política do país”.
O Primeiro-ministro Pedro Sánchez é membro do Partido Socialista Operário Espanhol, o PSOE.
Eleições antecipadas e possivelmente caóticas
A realização das eleições nacionais antecipadas no final de julho traz um elemento surpresa para as urnas. Isso porque um grande número de espanhóis estará de férias de verão. Nesse caso, é impossível saber quantos estarão dispostos realmente a voltar para casa no meio das férias para votar.
Embora, assim como no sistema dos EUA, os cidadãos possam votar pelos correios, escândalos recentes envolvendo a compra de cédulas de voto em algumas cidades gerou desconfiança do processo eleitoral. Além disso, as eleições também ocorrerão apenas três semanas após a Espanha assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.
Portanto, a presença dos espanhois nas urnas pode ser fortemente impactada por qualquer um desses fatores e ser decisiva para o resultado final.
Fonte: Politico