Pouco conhecido do público em geral, mesmo dos mais aficcionados aos temas militares, o 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1º Btl DQBRN) é a principal unidade operativa do Sistema de DQBRN do Exército.
Seus integrantes são a força de resposta inicial dos comandos militares de área para os casos de ações destinadas a devolver o poder de combate à tropa que tenha sofrido com a exposição a agentes químicos, biológicos, radiológicos ou mesmo nucleares decorrentes de conflitos armados.
O Batalhão atua também no reconhecimento de áreas, identificação e descontaminação de materiais, locais e pessoal.
Na semana passada, o 1° Batalhão conduziu o estágio setorial de nível intermediário para oficiais e sargentos a fim de padronizar os conhecimentos de defesa contra armas não convencionais. Ao longo do estágio, foram ministradas instruções teóricas e práticas sobre a pronta resposta a esses tipos de ataques.
Os militares aprimoraram as técnicas de uso e manutenção do equipamento especializado para a detecção química e radiológica e as técnicas relativas à operação de um Posto de Descontaminação Total, utilizado para atender um elevado número de vítimas em caso de ataque dessa natureza.
O estágio encerrou-se com um grande exercício de resposta à emergência química, biológica, radiológica e nuclear, desenvolvido em nível de pelotão. Todo o treinamento foi concluído com sucesso pela equipe, que passa a guarnecer as estruturas de pronta resposta DQBRN nas diversas regiões do Brasil.
CÉSIO E ANGRAS
Nem todo mundo sabe, mas o 1° Batalhão DQBRN esteve silenciosamente presente em muitas situações delicadas e traumáticas vividas pela sociedade brasileira como as mencionadas a seguir.
Entre setembro e dezembro de 1987, a então Companhia Escola de Guerra Química (antiga denominação do 1º Btl DQBRN) foi movida para Goiânia (GO) para lidar com o acidente ocorrido com o radioisótopo Césio 137.
A Unidade participa desde 1989 do Exercício Geral do Plano de Emergência das Usinas Nucleares de Angra I e Angra II, em coordenação com o SIPRON, do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiando as atividades de monitoração, descontaminação e evacuação dos moradores do Município de Angra dos Reis (RJ).
Mas, sendo a maior potência militar da América Latina, qual seria a importância de uma unidade militar como o 1º Btl DQBRN para o Brasil? No vídeo promocional do Exército abaixo, algumas dúvidas podem ser esclarecidas.
A COISA PODE FICAR RUSSA
No final de 2018, dois bombardeiros nucleares TU160, um avião de carga e outro de passageiros foram enviados pela Rússia para a Venezuela para participar de exercícios de defesa com a Força Armada venezuelana.
De acordo com a imprensa venezuelana, junto com a missão militar russa teriam chegado à Venezuela mais de 35 toneladas de material.
Depois de quase uma década, recentemente a Rússia atualizou suas diretivas de política externa, e declarou que pretende estreitar suas relações com alguns vizinhos do Brasil, os regimes de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
A nova diretriz foi publicada dias após Rússia e Nicarágua anunciarem um acordo de cooperação nuclear, alegando que o objetivo é a utilização de energia atômica para fins pacíficos.
O Brasil também foi citado como um potencial parceiro para o governo de Vladimir Putin.
Outra matéria da Revista Sociedade Militar, que tratou deste mesmo assunto, mas sob outro enfoque pode ser lida aqui.