O tão anunciado contra-ataque ucraniano, ansiosamente esperado pelos aliados ocidentais da Ucrânia desde o início da primavera no hemisfério norte, no mês passado, parece finalmente estar avançando. É o que afirma o jornal Eurasian Times, salientando que a “generosa contribuição de armas e treinamento” dos países ocidentais podem indicar um ponto de virada no conflito.
Segundo o jornal, a Ucrânia estaria finalmente pronta para embarcar em uma ofensiva estratégica com o potencial de redefinir o curso da guerra. O objetivo seria recuperar todos os territórios conquistados pela Rússia até o momento ou, ao menos, uma parte deles.
Contudo, especialistas militares reagiram com ceticismo ao anúncio. Segundo o portal Politico, o governo Biden já estaria inclusive se preparando discretamente para a possibilidade da contra-ofensiva ucraniana falhar. A preocupação americana seriam as possíveis acusações de que os Estados Unidos não fizeram o suficiente para ajudar seu aliado.
Ucrânia teria reunido 60.000 soldados para a operação
Em entrevista à BBC News no dia 8 de maio, o general reformado Sir Richard Barrons, ex-comandante do Comando Estratégico do Reino Unido, forneceu dados importantes que sugerem que a Ucrânia teria reunido aproximadamente 60 mil soldados para a contra-ofensiva. Consultores militares, no entanto, sugerem que a Rússia tenha pelo menos 5 vezes esse número em soldados estacionados na linha de frente, aproximadamente, trezentos mil. Outros duzentos mil ainda estariam na reserva.
Na Ucrânia, preocupações com relação às possíveis consequências negativas da contra-ofensiva também existem. Autoridades ucranianas estariam receosas de que os aliados ocidentais possam interromper seu fornecimento de armas e ajuda se a contra-ofensiva não produzir resultados.
Em uma entrevista recente ao The Washington Post, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, reiterou que a Ucrânia está ansiosa para iniciar o ataque após meses de guerra de atrito na parte oriental do país.
Reznikov, contudo, expressou preocupação de que os líderes mundiais possam ter superestimado o impacto potencial da contra-ofensiva. O ministro disse que, se houver grandes expectativas, os resultados reais do ataque podem levar ao que chamou de “decepção emocional”.