Na noite da última quarta-feira (7) o Coronel Benito Franco da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) recuperou sua liberdade. A decisão veio diretamente das mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Franco estava atrás das grades desde o dia 18 de abril deste ano, quando foi capturado pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Lesa Pátria. Essa operação nada mais é do que uma investigação que busca esclarecer a participação, omissão ou financiamento dos envolvidos nos atos em 8 de janeiro.
Leonardo Batista, um dos advogados de defesa de Franco, revelou que o ministro entendeu que seu cliente poderia aguardar o desenrolar do processo em liberdade, desde que cumprisse algumas medidas cautelares. “Ele [ministro Alexandre de Moraes] acreditou que a aplicação dessas medidas seria suficiente, dispensando assim a necessidade de mantê-lo preso”, afirmou Batista.
Dentre as medidas impostas, destacam-se o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a obrigação de comparecer à 1ª Vara de Execução Penal de Goiânia uma vez por mês.
Desde 18 de abril, o coronel Franco estava preso na Academia de Polícia Militar de Goiás.
Como apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, o militar ganhou notoriedade ao publicar um vídeo em suas redes sociais, no qual afirmava categoricamente que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), jamais subiria os degraus do Palácio do Planalto.
Tal afirmação se deu em meio a especulações sobre um suposto golpe em andamento, que visava impedir a posse do vencedor da eleição presidencial.
No vídeo, Franco defendia o silêncio de Bolsonaro, que se mantinha calado desde a sua derrota eleitoral para Lula. “Só o fato de ele não ter anunciado e reconhecido a vitória do ladrão (sic) já diz tudo e é o que você precisava saber. Então mantenha a calma. Ninguém tá brincando de bandeirinha na rua não. A coisa é complexa”, declarou o coronel.
Em seguida, ao referir-se a Lula como ladrão, o militar assegurou que o presidente eleito jamais assumiria o cargo. “Pelos meus filhos, pelos seus filhos. Até pelos seus filhos, eleitores do Lula, que não se importa de obter as coisas licitamente, eu, coronel Benito Franco, da Polícia Militar de Goiás, ex-comandante do batalhão de Rotam, falo com todas as letras: o ladrão (sic) não sobe a rampa”, acrescentou Franco.
Naquela época, a PM-GO abriu um procedimento administrativo contra Franco devido ao vídeo polêmico. Posteriormente, ele retratou-se e declarou reconhecer a vitória do petista, afirmando que Lula era “democraticamente e reconhecidamente o presidente do Brasil eleito em 2022”.
Ainda em dezembro, o coronel foi denunciado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) por suas declarações. A audiência para tratar do caso está agendada para o dia 13 de setembro.
Quem é o Coronel Franco
Com 25 anos de serviço prestados à PM-GO, o coronel Benito Franco ocupou o cargo de comandante do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) entre janeiro de 2019 e agosto de 2021.
Sua figura ganhou notoriedade durante as buscas pelo fugitivo Lázaro Barbosa, acusado de uma série de crimes violentos na região do Entorno do Distrito Federal em junho de 2021.
Além disso, Franco também se aventurou na arena política ao se candidatar a deputado federal pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2022.
Fonte: O Popular