Foi noticiado na última quarta-feira, dia 7 de junho, por toda grande mídia que o ex-ajudante de ordens, coronel Mauro Cid, compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento sobre as evidências encontradas em seu celular. O ministro Alexandre de Moraes autorizou a oitiva, afirmando que Cid reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado.
Acompanhe o acontecimento em quatro atos.
1º Ato: Os documentos encontrados abordam a possibilidade de emprego das Forças Armadas em caráter excepcional para garantir o funcionamento independente e harmônico dos poderes da União. A PF busca identificar a autoria desses estudos e para quem eles estavam sendo compilados. Por enquanto, não há indícios de que o material tenha sido enviado ao presidente Bolsonaro por meio do celular de Cid.
2º Ato: Durante as investigações, descobriu-se que os documentos foram trocados em mensagens com o sargento Luis Marcos dos Reis, também preso na mesma operação. Áudios que vieram a público revelam conversas entre Cid, o ex-major Ailton Barros e o ex-secretário executivo do ministério da Saúde Elcio Franco, discutindo maneiras de mobilizar o comandante do Exército para uma suposta intentona golpista.
3º Ato: Os novos materiais apreendidos, compartilhados em dezembro, sugerem que faziam parte de um esforço por parte do grupo de auxiliares de Bolsonaro relacionado aos atos golpistas ocorridos em janeiro. Além da minuta e dos pareceres recebidos, Cid e Reis também trocaram ideias sobre como convencer outras autoridades do Exército a aderir ou colaborar com a Garantia da Lei e da Ordem.
4º Ato: A Polícia Federal investiga a possibilidade de conexão entre esses estudos e a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que criava um “estado de defesa” no Tribunal Superior Eleitoral, conferindo poderes a Bolsonaro para interferir na atuação da corte, o que é considerado inconstitucional. Esses últimos desdobramentos trazem à tona uma preocupação crescente em relação aos constantes questionamentos sobre a estabilidade democrática do país.
As autoridades continuam a investigar a extensão desses planos e suas implicações para a ordem institucional do Brasil.