Esta semana, uma enorme barragem situada na área atualmente controlada pela Rússia, no sul da Ucrânia, foi destruída. Não se sabe exatamente o que causou a destruição, mas o incidente provocou uma inundação de proporções épicas na região. Militares de ambos os lados acusam-se mutuamente de terem provocado o desastre.
Milhares de pessoas foram evacuadas de áreas mais baixas em ambos os lados do rio.
A barragem foi construída na era soviética e é uma das seis que ficam ao longo do rio Dnipro, que se estende desde o norte do país até o Mar Negro. O reservatório de água da barragem era tão grande que os locais chamavam de Mar Kakhovka, pois não é possível ver a outra margem em determinados lugares.
Imagens de satélite chocam
Filmagens do local do incidente mostram um enorme rombo na represa, com água passando pelo vão e correndo em direção à Kherson.
A operadora de barragens ucraniana UkrHydroEnerho disse que a estação de Nova Kakhovka foi “totalmente destruída” e não pode mais ser restaurada.
Ainda não está claro o que causou a ruptura na barragem, mas militares da Ucrânia acusam a Rússia de explodi-la deliberadamente. As autoridades supõem que Moscou temia que as forças ucranianas usassem a estrada sobre a represa como parte da sua atual contra-ofensiva. Procurando evitar o avanço de tropas ucranianas para o território controlado pela Rússia, o exército de Putin teria, portanto, explodido a instalação.
Mykola Kalinin, engenheiro-chefe da Ukrhydroproject, uma empresa de engenharia hidrelétrica na Ucrânia, afirmou que uma explosão certamente foi a causa do incidente. A represa, segundo ele, foi “construída para resistir a um impacto superpoderoso vindo de fora”. Kalinin conclui que um artefato explosivo teria que ter sido colocado por dentro da instalação.
Risco nuclear
O vasto reservatório da represa fornecia água às comunidades próximas mas, principalmente, provia água de resfriamento para a usina nuclear de Zaporizhzhia, a cerca de 160 km de distância do incidente. A usina está atualmente sob controle russo.
A Agência Internacional de Energia Atômica, a AIEA, disse que não há risco imediato de segurança nuclear, mas está monitorando a situação. A AIEA informa que ainda há fontes alternativas de água para manter a usina nuclear resfriada.
Fonte: BBC