O Exército Brasileiro divulgou suas diretrizes para os próximos três anos, de 2023 a 2026. Em texto intitulado Diretriz do Comandante do Exército 2023-2026, o atual Comandante, o General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, apresenta como objetivo principal a proteção do Brasil e de suas riquezas naturais, culturais e de suas tradições em um mundo com problemas como a crise sanitária, conflitos na Europa, mudanças climáticas e “forças desagregadoras”.
O Comandante enfatizou ainda que o Exército é uma instituição de Estado e, portanto, apartidária e apolítica, devendo o Exército se concentrar em desenvolver a região amazônica de forma sustentável e estar pronto para ajudar a população em emergências e missões de paz.
O comandante deseja modernizar o Exército, defender a “Família Militar” e manter a prontidão para enfrentar os desafios atuais e futuros.
Premissas
As Diretrizes lançadas pelo Exército se apoiam em premissas essenciais, como fortalecer a capacidade dissuasória e o poder militar terrestre, consolidar a imagem como Instituição de Estado, capacitar os militares para a guerra moderna, promover a transformação e racionalização, contribuir para o desenvolvimento tecnológico nacional e melhorar a gestão ambiental.
Dentre as premissas, a segunda merece destaque, pois é tema recorrente nos discursos do Comandante do Exército, fazendo parecer ser este o objetivo principal pelo qual foi nomeado para o cargo: o fortalecimento da imagem do Exército como Instituição de Estado, apolítica e apartidária.
Eis as premissas:
- Aprimoramento da capacidade dissuasória, com foco no fortalecimento do poder militar terrestre.
- Fortalecimento da imagem do Exército como Instituição de Estado, apolítica, apartidária, coesa e integrada à sociedade.
- Capacitação técnica e operacional dos militares para enfrentar os desafios da guerra moderna, baseada em valores, tradições e ética militar.
- Continuidade do processo de transformação e racionalização do Exército Brasileiro.
- Fomento e contribuição do Exército Brasileiro ao desenvolvimento tecnológico nacional.
- Aprimoramento da gestão ambiental e aproveitamento sustentável da biodiversidade brasileira.
Diretrizes
Visando fortalecer a capacidade dissuasória, aprimorar a logística e a infraestrutura, desenvolver tecnologia nacional, garantir a proteção das fronteiras e da região amazônica, além de priorizar a formação e o bem-estar dos militares (e, mais uma vez: fortalecer a imagem do Exército como Instituição de Estado, apolítica e apartidária), eis as 36 diretrizes propostas pelo Exército Brasileiro para o triênio 2023-2026:
- Fortalecer a Estratégia da Presença, integrando as organizações militares para desenvolver a mentalidade de defesa e interagir com a sociedade.
- Atualizar o Sistema de Planejamento do Exército e elaborar o Plano Estratégico focado na racionalização e aumento das capacidades operacionais.
- Priorizar áreas estratégicas como a faixa de fronteira, a região amazônica e a costa do Atlântico Sul para a defesa dos interesses nacionais.
- Aprimorar a preparação para a defesa da Amazônia, promovendo o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais.
- Priorizar o aprimoramento da infraestrutura dos Pelotões Especiais de Fronteira.
- Continuar aprimorando a Doutrina Militar Terrestre em sincronia com as outras Forças Armadas e modernizando o Sistema Operacional Militar Terrestre.
- Reforçar as capacidades de proteção, pronta resposta e dissuasão para neutralizar possíveis ameaças à soberania nacional.
- Aperfeiçoar a Aviação do Exército, considerando a evolução ou a modernização de parte da frota e a logística logística.
- Continuar o processo de Transformação do Exército, preparando a força para futuros desafios.
- Fortalecer as ações de Diplomacia Militar Terrestre com outras nações, promovendo cooperação e vendas/doações de materiais de emprego militar.
- Aumentar a participação do Exército em missões sob a égide da ONU ou organismos multilaterais.
- Observar o planejamento aprovado pelo Estado-Maior do Exército, direcionando recursos para ações estratégicas prioritárias.
- Adesão de iniciativas relacionadas ao Continente Antártico.
- Fortalecer o bem-estar da Família Militar para aumentar a coesão e satisfação interna.
- Aperfeiçoar a gestão do pessoal, valorizando o mérito e a aplicação eficiente de cursos e ganhos.
- Capacitar os militares por meio de cursos atualizados, incluindo educação a distância.
- Implantar a Comunicação Estratégica para alinhar o discurso e contra-argumentar narrativas desfavoráveis.
- Reforçar a contrainteligência para proteger recursos humanos, informações e instalações.
- Executar o Programa Lucerna para maior integração das estruturas de Inteligência.
- Aperfeiçoar a governança do Portfólio Estratégico do Exército para otimizar os programas estratégicos.
- Prosseguir com o Processo de Racionalização da Força, focando no emprego eficiente do pessoal militar e priorizando as atividades.
- Aperfeiçoar a implantação das Bases Administrativas e de Administração e Apoio para maior capacidade nos recursos.
- Manter um fluxo e prontidão logística da Força Terrestre.
- Implantar o novo Sistema Logístico Militar Terrestre baseado em Tecnologia da Informação.
- Aprimorar o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados e melhorar a modelagem de atribuições relacionadas ao tratamento com esses produtos.
- Efetivar o Comitê de Governança de Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Sistemas e Materiais de Emprego Militar.
- Modernizar as estruturas dos Arsenais de Guerra e dos Parques Regionais para fortalecer a fabricação e modernização de SMEM.
- Incentivar o crescimento e desenvolvimento tecnológico da BID para modernizar o inventário de SMEM.
- Priorizar e ampliar a atuação no Setor Cibernético.
- Ampliar a participação no Setor Espacial de Defesa, especialmente em C², Sensoriamento Remoto, Inteligência, Guerra Eletrônica e Pesquisa e Desenvolvimento.
- Intensifique o contato com veteranos, pensionistas e ex-alunos dos Colégios Militares para manter a coesão da Família Militar.
- Fortalecer o culto às tradições e ética, aprimorar a educação militar e ampliar o estudo da História Militar.
- Divulgar e preservar o patrimônio material e imaterial do EB.
- Consolidar uma política de desenvolvimento sustentável e gestão ambiental.
- Incrementar o Sistema de Obras de Cooperação para apoiar operações militares e contribuir com o desenvolvimento nacional.
- Tornar a Indústria de Material Bélico (IMBEL) financeiramente sustentável e estratégica para a BID.
Acesse aqui o documento da Diretriz do Comandante.