Em uma decisão histórica, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden surpreendeu autoridades do Pentágono ao indicar a almirante Lisa Franchetti na última sexta-feira (21) como a próxima líder da Marinha dos Estados Unidos.
Caso confirmada pelo Senado, Franchetti quebrará a barreira de gênero nas Forças Armadas, tornando-se a primeira mulher a comandar o serviço e a se tornar membro do Estado-Maior Conjunto. A nomeação de Biden também incluiu outros líderes para cargos de destaque nas Forças Armadas, mas enfrenta possíveis atrasos devido à obstrução de nomeações militares pelo senador Tommy Tuberville.
Decisão histórica
A indicação da almirante Lisa Franchetti para liderar a Marinha dos EUA representa um marco histórico: trata-se da 1º mulher a servir no Estado-Maior Conjunto e a primeira mulher chefe de serviço do Pentágono. Com uma carreira militar que abrange 38 anos, Franchetti acumulou ampla experiência tanto nas arenas operacional quanto política, tornando-se a segunda mulher a alcançar o posto de almirante de quatro estrelas na Marinha.
Quebra de expectativa
A decisão de Biden pegou autoridades do Pentágono de surpresa, uma vez que muitos esperavam que a nomeação recaísse sobre o almirante Samuel Paparo, um experiente comandante da Marinha no Pacífico, especialmente diante do crescente desafio representado pela China.
No entanto, a escolha de Franchetti foi bem recebida, dada a sua reputação respeitável e sua trajetória como comandante das Forças Navais dos EUA na Coreia, entre outros cargos de destaque.
“Ao longo de sua carreira, a almirante Franchetti demonstrou ampla experiência nas arenas operacional e política”, disse Biden em um comunicado, observando que ela foi a segunda mulher a alcançar o posto de almirante de quatro estrelas na Marinha dos EUA”, enfatizou o presidente norte-americano.
Mudanças nas Forças Armadas
A nomeação de Franchetti faz parte de uma série de mudanças de liderança nas Forças Armadas anunciadas por Biden. Além de indicar Franchetti como a primeira mulher a comandar a Marinha, o presidente também anunciou a nomeação do vice-almirante James Kilby para substituí-la como vice-chefe de operações navais.
O almirante Samuel Paparo, no entanto, foi escolhido por Biden para liderar o Comando Indo-Pacífico dos EUA, enquanto o vice-almirante Stephen “Web” Koehler assumirá o comando da Frota do Pacífico dos EUA.
Há um porém: o senador Tommy Tuberville
Todas as nomeações podem enfrentar uma espera prolongada devido à obstrução do senador Tommy Tuberville.
Em protesto contra a política do Pentágono em relação à “saúde reprodutiva para mulheres militares”, Tuberville bloqueou mais de 250 promoções militares desde março, criando uma crise de liderança nos serviços militares.
Com o Corpo de Fuzileiros Navais enfrentando a ausência de um líder confirmado pelo Senado pela primeira vez em mais de um século, e o general James McConville, chefe do Estado-Maior do Exército, planejando se aposentar sem um sucessor confirmado em agosto, Biden pediu ao Senado que agilize o processo de confirmação das indicações.
“Essas posições de liderança são importantes demais para atrasar o preenchimento enquanto um senador prioriza sua agenda política doméstica sobre nossa prontidão militar”, disse Biden em comunicado na sexta-feira.
Fonte: Reuters