Militares e a família de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Bolsonaro, têm sofrido pela sua soltura. Mauro Cid está atualmente detido no Quartel-General do Exército, em Brasília, mas sua família e o pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, têm feito esforços para conseguir sua libertação.
De acordo com o jornalista Ricardo Noblat, que publicou uma coluna no jornal Metrópoles no último domingo (16), Mauro Cid se encontraria em uma dependência confortável no quartel, recebendo visitas externas e circulando livremente. Seu pai, Mauro Cesar Lourena Cid, um general da reserva e amigo de Bolsonaro, estaria incentivando seus ex-colegas de farda a intercederem em favor da libertação de Mauro Cid. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem resistido à pressão.
Alexandre de Moraes argumenta que a Polícia Federal ainda está investigando os fatos que incriminam Mauro Cid e que ainda não é o momento adequado para conceder prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele tomou a mesma decisão em relação a Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, quando uma minuta de um suposto golpe foi encontrado em sua residência.
Segundo informações do jornal O Globo, no dia 11 de julho, militares já teriam enviado recados ao STF na tentativa de obter a soltura de Mauro Cid. A família do ex-ajudante de ordens intensificou seus esforços junto ao Exército, buscando a intervenção de membros da Força para interceder junto ao Judiciário.
O general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, estaria à frente desses contatos e teria se mudado para Brasília, inclusive, a fim de usar a sua influência de general da ativa para capitalizar as conversas com militares de alta patente e interlocutores do governo Lula com acesso ao ministro Alexandre de Moraes. Mauro Cid pai, segundo o O Globo, deseja obter a liberdade do filho ainda neste mês. Ele teria ressaltado as dívidas feitas para arcar com os custos da defesa de Mauro Cid e a situação emocional da família.
Membros da cúpula das Forças Armadas e da reserva teriam enviado mensagens a Moraes, alegando que a eventual soltura de Mauro Cid ajudaria a “distensionar” as relações entre militares, governo e judiciário. Essa pressão também estaria sendo exercida sobre outros magistrados do STF próximos a Moraes, responsável pelo inquérito que levou Mauro Cid à prisão.