Em 4 de maio de 2023 a sociedade brasileira presenciou o Comandante da Marinha, Almirante Olsen, expressar preocupação com a possibilidade de o país não ter capacidade para responder a um ataque devido à situação orçamentária. O Almirante afirmou que é inaceitável uma Força não possuir capacidade de causar danos, o que requer treinamento, munição, óleo e manutenção. Pelo que depreende-se do discurso, em virtude das limitações orçamentárias, temos perdido progressivamente a nossa capacidade de atuação.
“É inadmissível uma Força não ter capacidade de causar dano, o que exige treinamento, munição, óleo e manutenção. Exatamente em função do quadro orçamentário, nós temos perdido capacidade de atuação”, disse o Almirante.
Entretanto, aqueles que acreditam que Ministério da Defesa e sobretudo a Marinha, que admite a crise, se dedicam inteiramente à aquisição de equipamentos militares e a gastos voltados para a defesa nacional poderão se surpreender com os valores destinados à compra de taças para água, vinho e champanhe pelo Comando da Marinha do Brasil, sob a gestão do Almirante Olsen e tendo José Mucio Monteiro como Ministro da Defesa.
Uma nota fiscal analisada pela Revista Sociedade Militar, no valor de R$ 15.377 reais, levanta suspeitas de que nem todos estão focados exclusivamente em proporcionar condições para a execução das atividades constitucionalmente previstas para os militares das Forças Armadas, que são aquelas voltadas para a defesa nacional e garantia dos poderes constituídos.
A Marinha do Brasil adquiriu lotes de utensílios de fino cristal e as notas revelam o valor de R$ 172,89 por cada unidade. Um lote com 20 unidades de taças custou aos cidadãos brasileiros, que arcam com os impostos, a quantia de R$ 3.457,80. Até os copos adquiridos para o consumo de água no gabinete do Comando da Marinha são de altíssimo nível, estes custam R$ 167,88 cada.
Copos de qualidade, perfeitamente adequados para o consumo de água e vinho e utilizados pelos cidadãos comuns podem custar menos de 10 reais cada unidade.
É importante salientar que nas Forças Armadas Brasileiras, segundo informado, o consumo de bebidas alcoólicas é proibido e não é custeado pelo governo. A informação foi prestada pelo ex-ministro da defesa, General Braga Netto, quando questionado em 2021 por deputados federais a respeito da distribuição de bebidas para militares.
“Em relação às bebidas, fizemos uma recomendação para que isso fosse evitado. Não vou comentar situações que ocorreram no passado. Atualmente, temos confraternizações, e o pessoal participa de atividades estressantes. Quando eles retornam, é realizada uma confraternização. Hoje em dia, isso é feito com a contribuição de cada um“, afirmou o Ministro.
Contudo, a apuração sobre os gastos das Forças Armadas com itens que dificilmente podem ser relacionados à chamada atividade fim não se esgota. Uma passada rápida pelo portal da transparência apurando dados das Forças Armadas já no governo Lula demonstra que o Exército Brasileiro foi o órgão do governo federal que mais gastou com vinho espumantes e vinhos espumosos em 2023 e que foi o único que comprou o item caviar.
Dados da nota fiscal sobre os copos podem ser acessada por meio do link a seguir: https://www.nfe.fazenda.gov.br. A chave de acesso é: 23230223407763000157550010000112121000114021
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar