O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Joseli Parente Camelo, que é também Tenente-Brigadeiro do Ar, defendeu, em entrevista ao site Uol publicada nesta quarta-feira (19), o pagamento de pensões às famílias de militares expulsos por crimes, destacando que é uma medida de proteção aos parentes dos oficiais.
Ele também afirmou que o comunismo não existe mais e que o preconceito dos militares em relação ao ex-presidente Lula (PT) é um resquício do fantasma do comunismo. Além disso, o ministro opinou sobre a participação de militares na política, ressaltando que deve ser uma exceção.
Durante uma entrevista conduzida pelos colunistas Carla Araújo e Josias de Souza, o ministro Camelo abordou diferentes questões relacionadas aos militares e suas relações com a sociedade e a política. Ele argumentou que as pensões pagas às famílias de militares expulsos são uma forma de proteger os parentes dos oficiais, considerando a situação em que se encontram após os crimes cometidos pelos militares. O presidente do STM ressaltou que essa medida é discutida no Congresso e pode ser atualizada ao longo do tempo.
Foi uma lei discutida no Congresso para proteger a família do militar, porque ele comete o crime e como você vai deixar a esposa dele com dois ou três filhos? Como vai ficar isso? Então, eu acredito que essa é uma proteção à família. Naturalmente que, à medida que o tempo passa, o Congresso vai rediscutindo e vai atualizando, disse o Ministro Joseli Parente Camelo, presidente do STM (Superior Tribunal Militar)
Em relação ao preconceito dos militares em relação a Lula, Camelo apontou que essa animosidade é um resquício do período da bipolaridade, quando se associava o comunismo à esquerda. No entanto, ele destacou que o comunismo não é mais uma preocupação atualmente, e que a esquerda busca promover a igualdade e combater a fome. O ministro acredita que esse preconceito está diminuindo gradualmente e desaparecerá com o tempo.
Essa animosidade é um preconceito que vem desde o período da bipolaridade. Passava-se uma ideia de que ser comunista era ser de esquerda. Naquela época a gente tinha essa percepção, o que não é verdade. O que a esquerda pensa hoje? Qual o objetivo da esquerda? Ela pensa nos mais pobres, ela tem esse sentimento que a fome é essa coisa reprovável.
Joseli Parente Camelo enfatizou que hoje em dia não existe mais comunismo, razão por que não se deve preocupar mais com isso.
Esse preconceito ficou enraizado, mas aos poucos está diminuindo. E outra coisa: não existe mais esse comunismo. Essa ideia de comunismo que muita gente ainda fala não existe. Acho que o comunismo é um fantasma, se ele existe, mas eu não tenho essa preocupação. Hoje em dia não tem mais comunismo.
Quanto à participação de militares na política, o presidente do STM considerou positivo que eles ocupem cargos governamentais, devido à formação e ao conhecimento que adquiriram ao longo de suas carreiras. No entanto, ele ressaltou que isso deve ser uma exceção, destacando a importância de manter a subordinação dos militares ao poder civil. Afirmou ainda que o Ministério da Defesa deve ser liderado por um civil.
É bom que a gente tenha militares dentro da política. Militares têm uma formação excepcional, conhecem os problemas do Brasil, já residiram em sete ou oito estados diferentes do Brasil, no mínimo. Mas tem que ser excepcionalmente um ou outro militar. Acho que o Ministério da Defesa tem que ser um civil. Militar tem que estar subordinado ao poder civil.