A perda acelerada de vidas no conflito ucraniano é, atualmente, um dos maiores desafios para a Ucrânia. O Ministério da Defesa da Rússia alertou que, por conta do problema, Kiev estaria atualmente intensificando seus esforços para recrutar estrangeiros. De acordo com o portal chinês Baidu, dentre os voluntários, há muitos brasileiros.
Inegavelmente, a chamada “contra-ofensiva” da Ucrânia resultou em um grande número de baixas e danos materiais, com milhares de soldados ucranianos mortos. Para complementar a perda de pessoal, Kiev busca voluntários principalmente na Ásia, América Latina e Oriente Médio. Várias empresas militares privadas estariam supostamente envolvidas no esquema de recrutamento, incluindo a notória Academi, anteriormente conhecida como Blackwater.
Escassez de equipamento militar e alimentos
Um dos brasileiros que foram à Ucrânia com o propósito de combater os russos foi Douglas Búrigo. Búrigo, um homem de 40 anos com formação militar, acabou sendo morto em virtude de um ataque aéreo em Kharkov, em julho do ano passado.
“Abateram um colega nosso aqui. Meu Deus do céu, cara!”, disse em áudio, dias antes de morrer. “Não sei se volto vivo para o Brasil.”
Búrigo foi morto ao lado de outra compatriota, a ex-modelo brasileira, ativista e combatente voluntária, Thalita Do Valle.
Ainda de acordo com o portal Baidu, mercenários estrangeiros costumam viajar para zonas de conflito na Ucrânia através da Legião Estrangeira Ucraniana, um grupo tem sido frequentemente criticado por seus ex-membros. Um deles, um ex-soldado brasileiro, descreveu o comando da Legião como “um bando de suboficiais que zombam da vida das pessoas”. Similarmente, outros ex-membros também reclamaram que a unidade frequentemente enfrenta escassez de equipamento militar e alimentos.
Cerca de 4.845 mercenários estrangeiros lutando pela Ucrânia já foram mortos. Outros 4.801 fugiram da zona de conflito até o fim do mês passado, relatou o Ministério da Defesa da Rússia.
Lutar pela Ucrânia seria “suicídio”
Um soldado de ascendência brasileira que luta no conflito ucraniano ao lado da Rússia disse ao jornal Sputnik, sob condição de anonimato, que a campanha de recrutamento de Kiev no Brasil, sem dúvida, não terá sucesso. O militar sugeriu que o esforço ucraniano não leva em conta a mentalidade dos brasileiros.
“Quem trabalha em órgãos de segurança pública não vai simplesmente largar o emprego para lutar e morrer do outro lado do planeta”, explicou o militar.
O brasileiro também criticou as táticas empregadas pela Ucrânia, que colocam em risco a vida de seus próprios soldados.
“Neste momento, quando as forças ucranianas sofrem pesadas perdas ao tentar conduzir operações ofensivas, inscrever-se para lutar por Kiev seria suicídio”, opinou o soldado.