O maior navio de guerra usado durante a Segunda Guerra Mundial não pertenceu aos EUA, Alemanha ou à Inglaterra. Contrariando todas as expectativas, o colosso flutuante conhecido como Yamato foi construído pelo Império Japonês e usado como sua principal embarcação de combate pela Marinha Imperial.
A trajetória dessa obra da engenharia naval foi marcante e teve papel preponderante na Segunda Guerra, sendo uma das mais importantes armas do Japão e, inequivocamente, um pilar para a orgulhosa frota naval nipônica.
A influência do Yamato é tão grande que, além de um museu próprio, o encouraçado também foi imortalizado por meio de um mangá e uma série em anime, Patrulha Estelar. No decorrer do post vocês terão a oportunidade de saber mais sobre essas obras da cultura popular nipônica.
E por falar em ficção científica com temática de guerra, não deixem de ler a análise de um dos melhores filmes do gênero: Tropas Estelares.
A História do Yamato
O couraçado Yamato foi o maior navio de guerra já construído no Japão, com 263 metros de comprimento e 71 mil toneladas de deslocamento. Sua tripulação era composta por 2.700 homens. A construção começou na década de 1930 e entrou em serviço em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele era o primeiro e o mais famoso da Classe Yamato, que incluía também o Musashi e o Shinano, além de outros dois navios que nunca foram concluídos.
O Yamato foi o carro-chefe da frota japonesa e foi projetado para ser o mais poderoso navio de guerra do mundo. Ele tinha uma blindagem extremamente grossa, com até 65 centímetros de espessura em algumas áreas, e era armado com nove canhões de 46 centímetros, que eram os maiores canhões já instalados em um navio de guerra.
Outros navios de mesma categoria incluem o Musashi, que foi construído em conjunto com o Yamato, e o Bismarck, que era o principal navio de guerra da Alemanha.
O Yamato participou de várias batalhas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo a Batalha do Mar de Coral, em maio de 1942, e a Batalha de Leyte Gulf, em outubro de 1944. Foi durante esta última batalha que o Yamato sofreu sua derradeira derrota.
Na batalha de Midway, o Yamato participou como navio-capitânia da frota japonesa. No entanto, seu papel na batalha foi principalmente secundário, já que não esteve diretamente envolvido nos combates aéreos e de superfície. Em vez disso, a frota japonesa usou o Yamato e outros navios de guerra para escoltar seus porta-aviões e protegê-los de ataques inimigos. A batalha de Midway ocorreu entre 4 e 7 de junho de 1942 e foi uma das mais importantes batalhas navais da Segunda Guerra Mundial, na qual os Estados Unidos obtiveram uma importante vitória contra a frota japonesa.
Em abril de 1945, o Yamato participou de uma missão suicida para atacar a frota americana que se aproximava de Okinawa. Torpedos e bombas atingiram o navio durante várias horas, o que causou uma grande explosão e levou ao seu afundamento.
Entretanto, existem vários filmes, livros e documentários sobre o Yamato, inclusive o filme “Yamato: The Last Battle”, de 2005, e o livro “The Battleship Yamato: Anatomy of a Ship”, de Janusz Skulski. O principal museu do navio é o Museu Yamato, localizado na cidade de Kure, no Japão.
Por fim, o Yamato foi um dos navios de guerra mais poderosos e icônicos já construídos, mas sua história foi marcada por sua derradeira batalha suicida em 1945. O navio ainda é objeto de fascínio e admiração para muitos entusiastas da história naval.
Para saber mais sobre o Yamato, visite o site oficial em japonês: https://www.yamato-museum.com/
O couraçado Yamato foi um dos maiores e mais poderosos navios de guerra já construídos na história. Ele pertencia à classe Yamato, que tinha como objetivo enfrentar a superioridade numérica da marinha norte-americana no oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. Neste texto, vamos conhecer um pouco mais sobre essa impressionante máquina de guerra e sua trajetória.
Construído em segredo pelos estaleiros do Arsenal Naval de Kure, na província de Hiroshima, o Yamato recebeu seu nome em uma homenagem à antiga província de Yamato, considerada o berço da civilização japonesa. O navio foi lançado ao mar em 8 de agosto de 1940 e comissionado em 16 de dezembro de 1941, apenas uma semana depois do ataque a Pearl Harbor.
Estrutura e autonomia do couraçado.
Com 263 metros de comprimento, 38,9 metros de largura e 11 metros de calado, o navio de guerra deslocava 71.659 toneladas, o que o tornava o maior couraçado do mundo na época. Sua blindagem era espessa e resistente, variando de 200 a 650 milímetros nas partes mais importantes. O sistema de propulsão era composto por quatro turbinas a vapor que geravam 150 mil cavalos de potência. A velocidade máxima dele era de 27 nós (50 km/h).
O gigantesco couraçado destacava-se por meio de seus canhões principais. No total eram nove peças do tipo 94 de 460 milímetros, os maiores canhões navais já instalados em um navio de guerra. Cada um desses canhões pesava cerca de 147 toneladas e podia disparar projéteis de quase uma tonelada e meia a uma distância de 42 quilômetros. Certamente esses não eram os únicos meios de ataque do Yamato que também possuía outros armamentos secundários e antiaéreos, além de sete hidroaviões para reconhecimento e observação.
Vida e morte.
Consagrado como nau-capitânia da Frota Combinada japonesa em 1942, esteve sob o comando do almirante Isoroku Yamamoto, a mente por trás do ataque a Pearl Harbor. No entanto, ele não teve muita ação nesse ano, pois os japoneses preferiam usar seus porta-aviões como arma principal. O Yamato só participou de uma operação ofensiva em 1942, a invasão da ilha de Guadalcanal, mas não chegou a entrar em combate direto com os navios inimigos.
Em 1943, o Yamato foi transferido para a base naval de Truk, nas ilhas Carolinas, onde ficou como reserva estratégica. Nesse ano, ele também foi alvo de vários ataques aéreos dos Estados Unidos, mas sem sofrer danos significativos. Em fevereiro de 1944, ele voltou para o Japão para passar por uma reforma e receber mais armas antiaéreas.
Em junho de 1944, o Yamato esteve presente na Batalha do Mar das Filipinas, mas não chegou a entrar em ação. Em outubro do mesmo ano, ele participou da Batalha do Golfo de Leyte, a maior batalha naval da história, na qual os japoneses tentaram impedir o desembarque das tropas norte-americanas nas Filipinas. Foi nessa ocasião que o Yamato disparou seus canhões principais contra alvos inimigos pela primeira e única vez, atingindo alguns navios menores. No entanto, os japoneses recuaram antes de alcançar os principais porta-aviões norte-americanos, acreditando que estavam enfrentando uma força muito maior.
A partir de então, a situação do Japão na guerra se tornou cada vez mais crítica, com escassez de combustível e recursos. O Yamato ficou ancorado em Kure por vários meses, até que recebeu sua última missão em abril de 1945. Ele deveria partir para Okinawa, onde os norte-americanos estavam realizando uma grande invasão, e atacar as forças inimigas até ser afundado. Era uma missão suicida, sem chance de retorno. O Yamato partiu no dia 6 de abril com uma escolta de nove outros navios e apenas o suficiente de combustível para a viagem de ida.
No dia seguinte, a frota japonesa foi detectada e atacada por centenas de aviões norte-americanos vindos dos porta-aviões da Força-Tarefa 58. O Yamato resistiu bravamente ao ataque aéreo, mas foi atingido por vários torpedos e bombas que causaram graves danos e incêndios. Por volta das 14h20min do dia 7 de abril, o navio adernou para a esquerda e explodiu em uma enorme bola de fogo, afundando com quase toda a sua tripulação.
Sobre o museu Yamato.
Por ter sido uma das embarcações de maior pertinência da frota japonesa da Segunda Guerra (moralmente, o mais importante), o Yamato passou a ser visto como a representação do esforço de guerra nipônico, ainda que tenha sofrido em seu último combate.
O esforço para manter aquilo que o navio de guerra representava acabou por refletir no comportamento de sua tripulação que, movida pelo patriotismo e dever militar, dedicou todos os seus esforços para manter o Yamato em condições de combate. Mesmo diante da derrota iminente, os homens do couraçado não refutaram as ordens de combater até a morte, fato que ampliou o número de baixas.
Para homenagear os heróis de guerra que sucumbiram aos ininterruptos bombardeios e sem dúvida ao próprio Yamato, o povo japonês optou por criar o museu Yamato, um local com peças originais da embarcação, uma “miniatura” de 26,7m, várias fotos históricas, um caça Zero Type verdadeiro, simuladores, uma biblioteca e muito mais.
De modo curioso, o museu está situado na cidade de Kure, província de Hiroshima (a mesma do bombardeio nuclear). Segundo os organizadores do museu, visitas tendem a ser mais proveitosas quando o visitante permanece por um período mínimo de duas horas, mas é possível aprender e conhecer muito mais com um tempo maior dedicado ao museu e suas exposições.
Patrulha Estelar.
A memória dos combatentes que compunham a tripulação do Yamato, assim como o próprio couraçado ganharam espaço na cultura japonesa. Além do museu e de vários livros, documentários e outras mídias, a história do maior navio de guerra japonês foi transposta para os mangás e também para anime.
Patrulha Estelar é a mais consagrada obra sobre o Yamato, ambientada em um futuro distópico e sombrio no qual somos atacados por extraterrestres poderosos. Diante da ameaça inimiga, frotas de cruzadores espaciais partem para combater o inimigo, porém a esperança da humanidade reside apenas no histórico couraçado Yamato que, inevitavelmente, ganhará uma atualização para estar apto a enfrentar a ameaça alienígena.
A obra máxima de Leiji Matsumoto ganhou versões em anime, mangá e live action, sendo idolatrada como uma das melhores Space Opera já produzidas.