Em 26 de julho, uma junta militar promoveu um golpe depondo e prendendo o presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum, no Níger. Abdourahmane Tchiani, que era o comandante-chefe da guarda presidencial, declarou-se o novo chefe de Estado, assumindo o controle do Níger. Em resposta às ameaças internacionais após o golpe, a junta suspendeu a exportação de urânio para a França, que é um dos maiores consumidores desse recurso do país.
A medida levanta preocupações sobre a segurança energética da França, mas as autoridades garantem que os estoques existentes podem suprir a demanda por dois anos. O golpe também pode afetar as necessidades de urânio da Europa, uma vez que Níger é um fornecedor importante para a UE.
A situação provocou uma clima de instabilidade, ameaça internacional, bem como ameaças de intervenção militar por outros países africanos caso o presidente deposto não seja restaurado ao poder. A ação da junta, que tem o apoio da Rússia, indica sua determinação em desafiar a comunidade internacional, levantando preocupações sobre a estabilidade de outros países que enfrentam instabilidade política.
Junta Militar detém políticos importantes e enfrenta defesa internacional
Na esteira de ações do golpe em curso no Níger, de acordo com a Reuters, nesta segunda-feira (31), a junta militar que assumiu o poder deteve mais três políticos importantes do governo deposto, apesar dos apelos internacionais pela restauração do regime democrático.
Em reposta ao golpe, o FMI também reteve um empréstimo de $ 131,5 milhões que tinha sido aprovado em 5 de julho. Além disso, o banco central regional cancelou a emissão de títulos planejados do Níger de 30 bilhões de CFA ($ 51 milhões) no mercado de dívida regional da África Ocidental devido a sanções.
Golpe no Níger ameaça a segurança energética da França e UE após suspensão de exportações de urânio
Embora o golpe tenha sido realizado contra o governo, aponta o jornal francês Le Monde, no entanto, que parece ser a França de Emmanuel Macron o alvo dos militares que tomaram o poder em 26 de julho.
“Na sua linha de atuação, indo no sentido de encontrar formas e meios para intervir militarmente no Níger, na França, com a cumplicidade de alguns nigerinos, realizou uma reunião no quartel-general da Guarda Nacional do Níger, para obter os necessários apoios políticos e autorizações militares” para restaurar o Sr. Bazoum, disse um comunicado da junta na segunda-feira. .
Trata-se de um dos maiores golpes que a França poderia receber, pois além da perda de influência na região, Níger suspendeu, também nesta segunda-feira (31), toda exportação de urânio para o antigo colonizador. A França depende do Níger para 15% de suas necessidades de urânio, o que gera preocupações potenciais sobre a segurança energética da França. Não sem razão: a medida é uma retaliação ao presidente Emmanuel Macron, que suspendeu a ajuda financeira ao Níger após o golpe militar.
As autoridades francesas, no entanto, garantiram que os estoques de urânio existentes poderiam cobrir aproximadamente dois anos de demanda, mesmo que a extração fosse interrompida.
França se torna alvo privilegiado no golpe: Suspensão de exportação de urânio gera tensão
O golpe no Níger também pode afetar as necessidades de urânio da Europa, já que as exportações do país africano responde por um quinto do total de importações de urânio da UE. Este desenvolvimento pode influenciar a posição da UE sobre as sanções contra outros fornecedores de urânio, como a Rússia.
Em que pese o otimismo das autoridades francesas, a suspensão da exportação de urânio para a França pode ter consequências significativas para o país europeu, já que o urânio alimenta suas usinas nucleares.
A França, a UE e outras potências ocidentais como os Estados Unidos e Inglaterra, como se esperava, condenaram a derrubada do presidente democraticamente eleito Mohamed Bazoum.
O golpe militar no Níger, porém, não só gerou condenação, mas também despertou temores sobre o impacto do país no fornecimento de urânio e na segurança energética da Europa.
UE condena “golpe inaceitável” no Níger e apoia medidas da África Ocidental por meio da CEDEAO
A crise levou os países africanos, membros da CEDEAO – a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, a anunciar uma série de novas sanções contra o Níger – os estados membros fecharam suas fronteiras terrestres e aéreas e ordenaram que todas as transações comerciais fossem suspensas. O grupo é apoiado por Estados Unidos e União Europeia.
O Secretário de Estado dos EUA, Blinken, saudou as medidas adotadas após os eventos no Níger, mas pediu uma solução e restabelecimento imediato do governo legítimo, eleito democraticamente. Ele evitou chamar os eventos de golpe para não suspender a ajuda dos EUA, mas autoridades da UE, lideradas por Josep Borrell, condenaram o “golpe inaceitável”.
Borrell afirmou que Bazoum continua sendo o único chefe de estado no Níger, e a UE apoiará as medidas da CEDEAO em resposta ao golpe de forma rápida e resoluta.
“A União Europeia apoia todas as medidas adotadas pela CEDEAO em resposta a este golpe e irá apoiá-las de forma rápida e resoluta”, disse Borrell .