O Japão vai aumentar seus gastos em defesa nos próximos 5 anos, de acordo com um relatório do país. Mas isso não chega a ser uma surpresa, pois segundo o relatório do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) — Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo —, os gastos militares vêm crescendo em todo o mundo e atingiu um alto nível em 2022, inclusive no Japão, que desde o fim da Segunda Guerra Mundial se destaca pelo pacifismo, como noticiado aqui na Revista Sociedade Militar em abril.
Nos próximos 5 anos, segundo o Defense News, o Japão planeja gastar US$ 309,75 bilhões na defesa, isto, é, mais do que o dobro do que gastou nos últimos 5 anos, que foram de US$ 122,48 bilhões. Para se proteger de ameaças na região do Indo-Pacífico (leia-se: Coreia do Norte, China e Rússia), o Japão pretende investir em compra de novas armas e sistemas de defesa.
Esses gastos incluem:
- Capacidades de defesa de impasse, como mísseis de ataque para suas caças F-35 e desenvolvimento de armas hipersônicas (US$ 35,62 bilhões).
- Defesa aérea e antimísseis integrada, para se proteger melhor contra as ameaças aéreas, como mísseis em alta velocidade e trajetórias irregulares (US$ 21,37 bilhões).
- Sustentabilidade e resiliência, ou seja, estoque de munições, custos de sustentação e manutenção e melhora resiliências das instalações de defesa (US$ 106,8 bilhões).
- Gastos com recursos entre domínios (US$ 56,9 bilhões).
No final do ano passado, o Japão já tinha anunciado que aumentaria seus gastos militares nos próximos cinco anos devido às ameaças da China e da Coreia do Norte. Essa decisão rompe com uma tradição de mais de 60 anos em que o orçamento militar japonês era determinado pelos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O novo orçamento representa 2% do PIB do país, o equivalente a cerca de R$ 1,67 trilhão, e coincide com uma meta estabelecida pelos aliados do Japão na aliança militar da OTAN.