Em meio ao conflito contínuo entre a Ucrânia e a Rússia, a Polônia admitiu a possibilidade de repatriar cerca de 80 mil ucranianos em idade militar que atualmente residem em seu território. Esta decisão surge após um pedido formal da Ucrânia, que busca fortalecer suas forças armadas diante da invasão russa que teve início em fevereiro de 2022.
Anna Michalska, porta-voz da Guarda Fronteiriça polaca, informou que desde o início do conflito, aproximadamente 2,88 milhões de homens ucranianos entre 18 e 60 anos entraram na Polônia. Deste total, 2,8 milhões já deixaram o país, deixando um saldo de cerca de 80 mil que ainda permanecem em solo polonês.
Após a invasão russa à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, proibiu os homens em idade militar de se deslocarem para o exterior1. No entanto, muitos conseguiram escapar, buscando refúgio em países vizinhos, incluindo a Polônia.
David Arajamia, deputado ucraniano, recentemente declarou que o governo ucraniano está em processo de exigir a repatriação desses cidadãos. Além disso, haverá uma revisão das isenções médicas concedidas desde o início da guerra. Em agosto, Zelensky anunciou uma revisão dos critérios médicos para evitar interpretações errôneas do conceito de incapacidade física.
Fedir Venislavsky, deputado ucraniano da comissão parlamentar de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência, revelou que o Ministério Público poderá processar ucranianos no exterior por evasão ilegal ao recrutamento.
Mariusz Ciarka, porta-voz da polícia polaca, esclareceu que para que a extradição ocorra, a Ucrânia deve emitir um mandado de captura internacional para cada caso. “Se identificarmos alguma destas pessoas, por exemplo, em uma operação stop na estrada, um tribunal polaco decidirá sobre a sua extradição”, afirmou Ciarka.
A crise entre Ucrânia e Rússia gerou um dos maiores fluxos de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Até o final de agosto, a ONU registrou mais de 5,8 milhões de refugiados ucranianos em países europeus.
Em uma perspectiva mais ampla, o Presidente ucraniano, Wolodymyr Selenskyj, expressou sua intenção de agir com rigor contra homens em idade de serviço militar que evitaram o serviço na Armee, especialmente aqueles que fugiram para o exterior. Selenskyj mencionou que todos os casos de isenções devido à suposta inaptidão para o serviço desde o início da guerra serão revisados, especialmente se houver suspeita de subornos.
Em resumo, a situação atual reflete a intensidade e a gravidade do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. A possível repatriação de ucranianos da Polônia é apenas uma das muitas consequências deste conflito prolongado.
Por Revista Sociedade Militar, com informações de Bild.de, Visao.pt e Jn.pt