A Rússia lançou um ataque aéreo a um dos maiores portos exportadores de grãos da Ucrânia, horas antes do presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, iniciarem negociações sobre o assunto. Os dois líderes tentam chegar a um acordo sobre a exportação de grãos ucranianos e fertilizantes russos através do Mar Negro.
Ao mesmo tempo, a Força Aérea da Ucrânia incentivou nesta segunda-feira os residentes do porto de Izmail, a procurarem abrigos anti aéreos. Diversos meios de comunicação ucranianos relataram o som de explosões na área.
O ataque ocorreu quando Putin e Erdogan se reuniam no resort russo de Sochi, no Mar Negro, para negociar sobre um acordo de exportação de grãos ucranianos. O acordo ajuda a aliviar uma crise alimentar em diversas partes da África, Oriente Médio e Ásia. O tratado, mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia, permite que quase 33 milhões de toneladas de cereais e outras mercadorias saiam dos portos ucranianos, apesar da invasão russa.
Russos abandonaram o acordo
Moscou abandonou o acordo que permitia a exportação de grãos há cerca de seis semanas. Na ocasião, os russos se queixaram de que as suas exportações de alimentos e fertilizantes enfrentavam obstáculos. Além disso, a Rússia alega que não há cereais ucranianos suficientes para abastecer os países necessitados.
Desde então, Moscou lançou ataques frequentes aos portos do rio Danúbio, a principal rota de exportação de cereais da Ucrânia para o resto do mundo.
O ataque de segunda-feira combinou-se com outros ataques russos no domingo a outro grande porto, o de Reni. A infra-estrutura do porto foi danificada e pelo menos duas pessoas ficaram feridas.
O presidente turco mantém laços estreitos com Putin, mesmo durante a guerra. Erdogan se recusou inclusive a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.
Revista Sociedade Militar
Fonte: Al Jazeera