Durante a Discussão do Projeto de Lei nº 5.384, de 2020, sobre a alteração da Lei nº 12.711, de 2012, com vista à transformação, em caráter permanente, da reserva de vagas nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio, o Deputado Helio Lopes, ao se manifestar contra a pretensão, chegou a dizer que tem o sobrenome Barboza porque seu bisavô pertencia à família dos Barbosa.
Veja o discurso do parlamentar feito em 09/08
” Sr. Presidente, demais Parlamentares, querem dividir o Brasil através da cor da pele. Eu sou totalmente contra as cotas raciais (palmas). Meus filhos são negros, mas têm que concorrer com igualdade de condições. Sabem por quê? Porque pobreza não tem cor. Se vão dar cota social, ela tem que ser por causa da vulnerabilidade.
Quem fala aqui é um cidadão que, entre os 10 e 12 anos, carregava lavagem da casa das pessoas no mesmo bairro aonde hoje eu vou como Deputado Federal. Quem fala aqui passou em concurso público sem usar cotas raciais.
Meu nome é Barbosa, porque meu bisavô era de uma fazenda que pertencia à família Barbosa. Eu tenho minha posição por história de vida. É preciso parar com esse negócio de querer dividir preto contra branco, rico contra pobre, homossexual contra heterossexual. Eu sou totalmente contra!
Em lugar nenhum, a divisão racial deu certo. Desafio alguém a vir aqui em cima falar onde deu certo? “Ah, os Estados Unidos não deram certo.” O assunto foi votado lá. Eu convido todos aqui a lerem o livro, excelente, por sinal, Ação afirmativa ao redor do mundo.
Hoje estão aqui defendendo esta política, estão batendo palmas, mas, no final, V.Exas. vão ver a consequência de tudo isso. Uma delas é que branco não vai falar com preto. Além deste, há o pardo. Graças a Deus, havia um tribunal racial, pois o cidadão passava numa prova, e o tribunal racial dizia: “Não, você não tem direito porque não tem nariz fino. Você não tem direito porque é pardo”.
Seu cabelo não é igual ao meu: meu cabelo é duro. Eu sou negro, tenho olhos vermelhos, dentes amarelos e unhas pretas. Sou negro! Sou negro mesmo e sou contra a cota racial.
Deixo aqui meu repúdio. Isso é uma vergonha!
Viva o Brasil! Viva a democracia! “