Em entrevista publicada nesta segunda-feira (30/10) no jornal “O Estado de S. Paulo”, o comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, disse que a instituição estuda a realização de concursos públicos para preencher vagas de civis. A medida, segundo Olsen, é necessária para desonerar custos para o Estado e reduzir a dependência de militares temporários, pois a instituição passa por grave situação de falta de verbas.
“A Marinha empreende, permanentemente, esforços para aprimorar a gestão de recursos humanos, a fim de aumentar sua eficiência e desonerar os custos para o Estado”, disse Olsen. “
O almirante também falou sobre a contratação de militares temporários. Ele disse que essa modalidade de contratação é necessária para atender às demandas operacionais da Marinha, mas que ela também é cara.
“A contratação de militares temporários é uma solução para as necessidades operacionais da Marinha, mas ela é cara”, disse Olsen. “A contratação de civis pode contribuir para reduzir esses custos.”
Desde 2017 adotamos ações para redimensionar a força de trabalho da Marinha, por meio da redução do pessoal de carreira, que somente é possível com aumento do recrutamento de pessoal temporário. Esperamos que essa medida produza uma economia de gastos com pessoal, principalmente, a médio e longo prazo.”
Olsen destacou que, atualmente, existem cerca de 6 mil cargos vagos para servidores civis na Marinha. “Para preencher essas vagas, é necessária a realização de concursos, que têm sido insuficientes nas últimas décadas”, disse. “O último autorizado ocorreu em 2017, para o preenchimento de 21 vagas.”
“Outra linha de ação para reduzir o porcentual do orçamento destinado ao pagamento de pessoal militar consiste na realização de concursos públicos para admissão de civis, de modo a recompletar os cargos previstos para esses servidores, que atualmente estão vagos. Embora a legislação autorize a lotação de 8.837 cargos para servidores civis, apenas 2.757 estão ocupados, sendo que 1.402 destes servidores já preenchem os requisitos para se aposentar. Os servidores civis da Marinha constituem parcela importante da nossa força de trabalho, atuando em diversas áreas de grande relevância, como na construção, manutenção e reparo de meios navais; na pesquisa, desenvolvimento e inovação relacionadas às ciências do mar; nas atividades de ensino superior e médio; no atendimento médico-hospitalar e odontológico; e na gestão de pessoas. Para preencher essas vagas, é necessária a realização de concursos, que têm sido insuficientes nas últimas décadas”, concluiu.
O comandante da Marinha também afirmou que a instituição está avaliando a possibilidade de criar carreiras civis no Ministério da Defesa.
“Os estudos estão sendo conduzidos no âmbito do ministério, que teria melhores condições de avaliar os possíveis impactos financeiros da medida”, disse.
Por fim, Olsen disse que a Marinha está trabalhando para garantir que a medida de contratação de civis seja implementada de forma bem-sucedida. Ele também destacou que a Marinha está ciente dos desafios que essa medida pode enfrentar, como a necessidade de um planejamento adequado e a possibilidade de resistência por parte de militares.
Fonte: Estado de São Paulo
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