O China Bank of Communications inaugurou o primeiro negócio de empréstimo direto em Renminbi, ou RMB, a moeda oficial da República Popular da China, no Brasil.
A Usina Hidrelétrica de São Simão, de propriedade da SPIC Brasil, ou SPIC Pacific Hydro, recebeu recentemente um empréstimo de financiamento em valor bem alto, 1,3 bilhão de yuans (equivalente a 886 milhões de reais) de duas instituições bancárias chinesas.
A SPIC Brasil adquiriu a hidrelétrica na divisa dos estados de Minas e Goiás há seis anos. A SPIC também possui parques eólicos nos estados da Paraíba, Ceará e Piauí, além de possuir 33% de participação na GNA (Gás Natural Açu), empresa de gás natural no Porto do Rio Açu.
O empréstimo terá vencimento em três anos.
Dólar deixa de ser protagonista
Durante a visita de Estado do presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva à China, em abril deste ano, foi comunicado o desejo de efetuar a chamada desdolarização comercial. O anúncio chegou a gerar preocupação nos Estados Unidos.
O sócio do China Bank of Communications no Brasil, David Cohen, que é tesoureiro do banco brasileiro BBM Bank, disse que o volume de transações entre as moedas nacionais da China e do Brasil aumentou acentuadamente no segundo semestre deste ano. “O sistema de pagamento transfronteiriço em RMB é um sistema de 24 horas, então você pode realizar negócios de liquidação a qualquer momento. Antes do lançamento deste sistema, a diferença horária sempre foi um problema.”, declarou Cohen.
Entre os vários tipos de negócios de liquidação de comércio exterior realizados em moeda chinesa até agora, Cohen disse que os exportadores chineses “preferem receber RMB como moeda de pagamento para produtos de exportação”. David também disse: “Em comparação com os países desenvolvidos, as taxas de juros dos empréstimos de financiamento da China são agora muito baixas.”
Para muitas empresas, em vez de financiar empréstimos nos Estados Unidos, é melhor pedir dinheiro emprestado na China. A taxa de juros dos empréstimos nos EUA é de 5,5%, enquanto a taxa de juros da China é de apenas 2%.
O avanço chinês preocupa militares brasileiros e sul-americanos. Especialistas, como o jornalista, escritor e editor argentino Agustín Barletti acredita que a penetração desenfreada da China na América Latina é decerto muito preocupante.
Fonte original: China2Brazil