“Nessa tarde de segunda-feira, 23 de outubro de 2023, em um ambulatório de uma das três Forças Armadas, em algum lugar do Rio de Janeiro, houve uma repentina gritaria em um dos corredores. Várias esposas de militares reclamavam que aguardavam desde o período da manhã para ser atendidas por um clinico geral.
Rapidamente uma funcionária de firma terceirizada se aproximou para tentar acalmar os ânimos, mas não conseguiu conter as senhoras. A algazarra persistiu até que a oficial de serviço, uma jovem tenente, se aproximou.
Hesitante, mas tentando demonstrar segurança, ela disse que haviam poucos médicos, que ‘em um ambiente hospitalar’ não poderia haver aquele tipo de manifestação.
As mulheres reclamavam da demora e que estariam sem se alimentar desde a parte da manhã… que aquilo era descaso, inadmissível, que pagavam pelo serviço etc. O local fica afastado de qualquer padaria e restaurante e não possui nenhuma espécie de cantina, onde se poderia comprar um lanche.
A tenente – que na verdade não é a responsavel pela falta de médicos, mas apenas um parachoque que recebe em si o primeiro impacto dos problemas, protegendo assim os verdadeiros culpados de ter de se confrontar com “clientes” insatisfeitos – se calou, pensou um pouco e se afastou. Alguns pensaram que ela retornaria com pelo menos mais um médico para agilizar o atendimento… Todavia, ela não trouxe um médico, veio com alguns biscoitos do tipo Cream Cracker, embalados em duplas, do tipo que são distribuídos para pessoas que fazem exames de sangue em jejum e tentanto amenizar um problema que definitivamente não foi por ela causado, colocou os “alimentos” no balcão de informações e disse que era aquilo que a força armada ‘podia oferecer’ no momento.
Educadas que são, herdeiras do espírito disciplinado dos maridos, as senhoras se aquietaram… cientes de que os verdadeiros culpados não estavam por ali.
Pois é, infelizmente, pelo que apuramos na Revista Sociedade Militar, por conta de telefonemas recebidos e mensagens de Whatsapp de leitores, esse tipo de relato não é incomum.
- Será falta de verba?
- Será que o dinheiro é gasto da forma errada?
- Será que há luxo para poucos e carência para muitos?
Ninguém aparentemente tem as respostas. Entretanto, pode ser que em pouco tempo algo aconteça.
As reclamações sobre os sistemas de saúde das Forças Armadas tem sido muito freqüentes, a ponto do site RECLAME AQUI qualificar o Hospital da Marinha no Rio de Janeiro como entidade NÃO RECOMENDADA. Ao que parece – pelo que se depreende das manifestações registradas – a maior parte dos problemas predominam em questões ambulatoriais e de realização de exames.
O que poucas pessoas sabem é que o MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR disponibilizou em seu site uma PESQUISA sobre o atendimento nos hospitais militares que funcionam no Rio de Janeiro. O formulário pode ser respondido por militares, esposas e qualquer usuário dos hospitais das Forças Armadas. O usuário pode ou não se identificar, a depender da sua vontade. link para acessar a PESQUISA NO SITE DO MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar