A Embaixada de Israel no Brasil criticou duramente o Partido dos Trabalhadores (PT) por uma resolução do partido que compara o governo israelense à organização terrorista Hamas.
Resolução do PT condena violência de ambos os lados e acusa Israel de genocídio
A resolução do PT, aprovada pela coordenação nacional do partido, condena os “ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel”. O texto também diz que Israel está cometendo “um genocídio contra a população de Gaza”.
Reação da embaixada de Israel rejeita comparação e defende direito à defesa
Em nota oficial divulgada na quarta-feira (18) a embaixada demonstrou sua insatisfação com o PT, que aparentemente defende os direitos humanos, mas comparou o Hamas, o qual mata famílias inteiras, com o governo israelense, que está tentando proteger seus cidadãos. A embaixada foi curta e grossa: tem que separar o Hamas dos palestinos.
A crítica da Embaixada de Israel foi motivada, em especial, pelas declarações de dirigentes do PT que sugeriram que o governo israelense é tão responsável pela violência no conflito quanto o Hamas.
“É preciso separar a organização terrorista do Hamas do povo palestino, mas é preciso também dizer que o governo israelense é um governo de ocupação e de apartheid”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à imprensa.
Já a a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, assinou um texto na terça-feira rebatendo a manifestação da diplomacia israelense com palavras duras: “não tem autoridade moral para falar em direitos humanos”.
Na resolução, o PT condena as ações extremistas de ambos os lados (confundindo o Hamas com os cidadãos palestinos, além de equiparar o estado de Israel com um grupo extremista), acusa Israel de genocídio e propõe, como tantos outros países, o reconhecimento de dois Estados (Israel e Palestina) como solução para o conflito.
“O PT condena, desde a sua fundação, todo e qualquer ato de violência contra civis, venham de onde vierem. Por isso, condenamos os assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realizam, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”, diz o texto, que também alerta contra os riscos de uma escalada do conflito.
Contexto do conflito entre Israel e o Hamas
O conflito entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmico disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar.
Ao longo de uma semana de combates, mais de 200 palestinos e 13 israelenses foram mortos. O conflito foi interrompido por um cessar-fogo negociado pelo Egito.
Como se vê, o motivo da nota polêmica da Embaixada de Israel foi a resolução do PT sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que alguns fazem parecer ser entre Israel e o povo palestino.
O PT condenou os ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel. O PT ainda disse que Israel tá cometendo um genocídio contra a população de Gaza.
A resposta da embaixada é um lembrete importante da complexidade da situação no Oriente Médio e da necessidade de uma compreensão cuidadosa e matizada dos eventos. A embaixada instou todos os envolvidos a se absterem de fazer declarações simplistas ou inflamatórias que possam exacerbar ainda mais a situação.
Abaixo a nota da Embaixada de Israel no Brasil divulgada no X:
Posição da Embaixada de Israel após as declarações do Partido dos Trabalhadores (PT):
Qualquer pessoa que pense que o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas é uma posição política, ou que se trata apenas de uma luta política legítima, possui uma extrema falta de compreensão da atual situação. É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos. Deve ser feita uma forte separação entre a organização terrorista Hamas e os palestinos.