Um coronel da reserva do Exército foi condenado a um mês e 18 dias de detenção por ofender seus superiores e a própria Força. Isso aconteceu durante os atos de 8 de janeiro. Ele postou vídeos em grupos de WhatsApp onde falava mal dos seus superiores, especialmente três generais que estavam trabalhando.
O coronel, mesmo aposentado, estava trabalhando no Hospital das Forças Armadas na época. Ele usou palavras ofensivas e falou mal do Alto Comando do Exército. Ele também reclamou do jeito que o Exército estava lidando com as manifestações populares de 8 de janeiro de 2023.
Na defesa, o coronel disse que os vídeos foram uma reação impensada à ação da polícia militar em controlar o distúrbio. Ele disse que sua esposa estava com ele quando gravou os vídeos. Ela sofreu com o gás lacrimogêneo lançado e com o tumulto dos manifestantes tentando fugir. O coronel disse que não imaginava que os atos de 8 de janeiro terminariam em depredação.
Mas os juízes não aceitaram essa defesa. Eles disseram que o coronel sabia o que estava fazendo quando gravou os vídeos. Eles também disseram que era questão de tempo até que os atos pacíficos da população se tornassem mais intensos. Isso porque havia pessoas mais radicais dos dois lados, que não queriam a paz.
Os juízes disseram que, como o coronel tinha mais de 30 anos de serviço no Exército e experiência em situações de tensão, era difícil acreditar que ele não sabia o que poderia acontecer na manifestação. Eles disseram que o coronel chegou à Esplanada dos Ministérios no final da tarde do dia 8 de janeiro, quando a mídia já estava noticiando os atos de vandalismo.
Os juízes concluíram que as palavras do coronel prejudicaram a imagem dos generais citados. Isso causou tristeza e constrangimento. Eles acreditam que o coronel queria prejudicar os representantes do Exército Brasileiro.
“Tratando-se de um Oficial Superior, com mais de 30 anos de serviço prestado à Força Terrestre, com experiência em situações de tensão, torna-se difícil acatar a alegação de desconhecimento do clima que se instalava naquela manifestação popular, sendo esclarecedora a linha do tempo trazida à colação pelo Ministério Público Militar, no que diz respeito à hora em que o réu afirma que chegou à Esplanada dos Ministérios naquele final de tarde do indigitado dia 8 de janeiro: a postagem das mensagens ocorreram entre 18h e 19h; o acusado chegou na Esplanada por volta das 17h30min, quando a mídia já noticiava os atos de vandalismo protagonizados por grupos de pessoas mal intencionadas que desvirtuaram o ato pacífico da maioria maciça dos manifestantes”, diz a sentença, assinada nesta quarta-feira (22).
Agora, a decisão da 1ª Auditoria de Brasília pode ser contestada no Superior Tribunal Militar (STM). Isso é tudo que sabemos sobre o caso até agora.
Fonte: Superior Tribunal Militar