Com a padronização do quadro regulatório para a energia eólica offshore, o setor de energia verde e limpa do Brasil deve continuar a se expandir.
Após dois anos de discussões, um projeto de lei que estabelece o marco regulatório de autoria do então senador e atual presidente da Petrobras, Jean-Paul Plates, deverá ser votado na Câmara dos Deputados ainda este ano.
O mercado global de energia eólica está em franca expansão. Espera-se que salte de 10 GW em 2022 para 46 GW em 2030, de acordo com relatório elaborado pela consultoria A&W em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Segundo o estudo, podem ser criados entre 11 mil e 34 mil empregos por gigawatt de capacidade offshore em toda a cadeia produtiva.
Clima de otimismo
Um relatório de 2020 publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vinculada ao Ministério de Minas e Energia mostrou que o potencial técnico do Brasil para geração de eletricidade por meio da instalação de turbinas eólicas offshore chega a 700 GW. Em seu plano decenal até 2032, a EPE espera que o consumo de energia elétrica cresça 3,4% e que o potencial eólico offshore seja equivalente a mais de três vezes a capacidade energética existente no Brasil.
Até outubro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, da Natureza e dos Recursos Renováveis, o Ibama, recebeu inscrições para estudos de impacto ambiental para cerca de 13 mil aerogeradores, divididos em 78 projetos.
Desafios no novo modelo
O processo de construção, manutenção e desenvolvimento de parques eólicos offshore é mais difícil do que o de parques eólicos onshore. Espera-se que os parques eólicos offshore levem pelo menos cinco anos para serem desenvolvidos e construídos e custem até US$ 4.700 por quilowatt de capacidade instalada, cerca de duas vezes mais que as turbinas eólicas onshore.
Além disso, a infraestrutura offshore é um ambiente ainda mais hostil e, além das marés, o próprio vento também cria dificuldades durante a fase de montagem.
No entanto, as vantagens das instalações eólicas offshore em comparação com as onshore são que as pás, torres e estruturas das turbinas eólicas são maiores, absorvem mais vento e o equipamento é mais facilmente transportado por mar.
Fonte: China2Brazil