A tensão entre Venezuela e Guiana na região de Essequibo, no norte da América do Sul, tem preocupado autoridades brasileiras. Nos últimos meses, as disputas territoriais acirraram-se, especialmente após ofensas de Nicolás Maduro, presidente venezuelano, ao presidente da Guiana, Irfaan Ali. Maduro chamou Ali de “fantoche” da ExxonMobil.
A ExxonMobil, uma empresa norte-americana, está envolvida na extração de petróleo na região que Venezuela alega ser de sua propriedade.
Maduro intensificou as tensões, incitando as forças armadas e a população venezuelanas a reivindicarem a região de Essequibo em um referendo a ser realizado no dia 3 de dezembro. Este referendo decidirá se a população venezuelana concorda ou não com a anexação dessa região guianesa, que o governo venezuelano afirma ser legítima por motivos históricos.
Exército Brasileiro em alerta
A preocupação crescente na população brasileira de Roraima, estado que faz fronteira com Venezuela e Guiana, está sobretudo relacionada ao temor de que Maduro cumpra suas ameaças de tomar militarmente a região da Guiana.
Anteriormente, o ex-presidente Jair Bolsonaro alertou sobre a possibilidade de o exército venezuelano tentar passar pela única região de acesso terrestre livre para a circulação de armamentos pesados entre Venezuela e Guiana. A região, não surpreendentemente, se localiza em território brasileiro, mais precisamente, no norte de Roraima.
Os moradores brasileiros temem que uma operação militar venezuelana ocorra nesta região, onde há rodovias conectando os dois países. De acordo com relatos, o Exército Brasileiro, já ciente dessas ameaças, intensificou suas operações em Roraima, militarizando completamente o estado nas últimas quatro semanas. Isso incluiu o envio de milhares de soldados, até mesmo de outras regiões do país, equipados com diversos equipamentos militares. Os arsenal incluiria foguetes antitanque, obuseiros e veículos blindados, como o Cascavel e o moderníssimo Guarani.
A movimentação militar intensa conta com comboios frequentes sendo observados em Pacaraima, cidade que delimita a fronteira do Brasil com a Venezuela. A presença do Exército Brasileiro indica sobretudo a prontidão e vigilância do país diante da situação delicada que ameaça a paz e a soberania nacional.
Moradores locais confirmam relatos
Nos últimos dias, habitantes do município de Pacaraima, em Roraima, compartilharam vídeos mostrando uma movimentação incomum de tropas do Exército Brasileiro em direção à fronteira com a Venezuela.
A intensidade dessa atividade militar tem gerado apreensão na população local, contribuindo para a disseminação de teorias conspiratórias. Algumas especulações sugerem uma possível relação entre essa movimentação e a suposta intenção do governo de Nicolás Maduro de invadir a Guiana.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pacaraima, João Kleber Soares Borges, mostrou apreensão com o fato.
“Situação essa que deixa a gente, ao mesmo tempo tranquilo, porque é sinal de que nossa fronteira tá com a proteção reforçada, ao mesmo tempo um pouco preocupado. Talvez eles já tenham alguma informação que nós, certamente, não temos e estão se precavendo”, disse.
De acordo com a Folha BV, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva disse que sua presença na fronteira compõe atividades normais de treinamento.
“Esse exercício, em específico, trata-se do Adestramento Avançado da 1ª Brigada de Infantaria de Selva chamado Operação Roraima 2023, sendo uma prática comum para manter a prontidão e eficiência das forças militares”, afirmou a Brigada ao jornal.
Fonte: TopMilitarLHB / Folha BV