Os Estados Unidos acusaram um suposto membro do Hezbollah, Samuel Salman El Reda, de fornecer assistência a um atentado à bomba na Argentina em 1994. Os promotores federais fizeram acusações contra o homem de 58 anos nesta quarta-feira, dia 20, ligando El Reda ao caminhão-bomba que explodiu no centro comunitário judaico AMIA em Buenos Aires, matando pelo menos 85 pessoas.
“Esta acusação serve como uma mensagem para aqueles que se envolvem em atos terroristas: que a memória do Departamento de Justiça é longa e não mediremos nossos esforços para levá-los à justiça”, disse o procurador-geral adjunto Matthew Olsen, da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça dos EUA.
30 anos à espera de justiça
Os atentados com bombas são um assunto controverso na Argentina, especialmente, quando envolve organizações que nem sempre foram classificadas como terroristas. Até mesmo a ex-presidente Cristina Kirchner já recebeu a acusação de cooperar para a proteção dos autores do ataque ao AMIA. Isso porque Kirchner autorizou uma investigação conjunta com o Irã para averiguar os responsáveis pelo ataque. O Irã ajudou a fundar e atualmente financia o grupo terrorista Hezbollah.
O ataque esperadamente provocou fortes reações na comunidade judaica argentina. Na época, no entanto, tanto o Irã quanto o Hezbollah negaram a responsabilidade pelo ato terrorista.
A declaração do Departamento de Justiça americano, portanto, além de acusar formalmente Samuel Salman El Reda pelo atentado, ainda afirma que o terrorista está escondido no Líbano e “permanece foragido”. O Departamento de Estado dos EUA ofereceu US$ 7 milhões por informações sobre seu paradeiro.
A Argentina também acusou o Hezbollah de realizar um ataque em 1992 à embaixada israelense em Buenos Aires, que matou 29 pessoas. Posteriormente, em 2019, o país bloqueou os bens do grupo, finalmente classificando-o como “organização terrorista”.