No último domingo, 3 de dezembro, o Almirante Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha, enfatizou a importância da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca garantir que o orçamento de defesa do Brasil seja igual ou superior a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o comandante, essa medida é “absolutamente necessária” para a Força Naval.
Ele destacou que os investimentos em defesa são de longo prazo, requerendo previsibilidade orçamentária para a reestruturação da Marinha, incluindo navios e submarinos capazes de lidar com “ameaças externas”.
O almirante ressaltou que a PEC permitirá às Forças planejar e executar estratégias de forma mais eficaz.
No momento mais duro da entrevista, o Comandante Olsen alertou para a existência de ameaças ao Brasil, citando o derramamento de óleo em 2019 como exemplo. Ele sublinhou a necessidade de encarar tais incidentes como ameaças aos interesses da sociedade.
“Vivemos por décadas com um pensamento equivocado de que o Brasil não possui ameaças. O Brasil possui ameaças, tivemos uma em 2019, derramamento de óleo, e isso atenta contra os interesses da sociedade e precisa ser encarado como ameaça”, disse o Almirante Olsen.
A PEC, que visa garantir um orçamento adequado para as Forças Armadas, foi apresentada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder da oposição ao governo.
O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, apoia a proposta, e o senador Jaques Wagner (PT-BA) é cogitado para ser o relator.
O Comandante ressaltou a urgência da PEC diante das restrições orçamentárias, indicando que, sem uma programação adequada, cerca de 40% das embarcações da Marinha podem ser descartadas até 2028.
“A Marinha está atenta sob esse aspecto, buscando segurança o reaparelhamento dos meios e que possa responder à altura dessas provocações”, disse o militar.
As declarações do comandante ocorreram durante a substituição da bandeira nacional, marcando o início de uma campanha publicitária da Marinha para resgatar sua imagem como uma força formada pelo povo brasileiro.
O Comandante da Marinha, por fim, afirmou que apesar das crises enfrentadas no início do ano, a Marinha permanece como uma instituição nacional e independente, comprometida em atender aos interesses da sociedade.
Fonte: Folha de São Paulo